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The writer explores the connection between imagination and literature. They suggest that writers create their own fantasy worlds, similar to how children engage in imaginative play. The writer argues that the act of fantasizing is a way for individuals to satisfy unfulfilled desires and correct unsatisfactory realities. They also discuss the relationship between fantasy and time, as well as the potential consequences of excessive fantasizing. O Escritor e a Fantasia, 1908 Nós, leigos, sempre fomos muito curiosos de saber de onde essa singular personalidade, o escritor, retira seu material. Exatamente como aquele cardeal que fez uma pergunta semelhante a Ariosto. E como logra nos tocar tão fortemente com ele, provocando em nós emoções de que talvez não nos julgássemos capazes. Nosso interesse ainda aumenta pelo fato do próprio escritor, quando lhe perguntamos acerca disso, não nos dar uma resposta ou responder insatisfatoriamente. E tão pouco é enfraquecido pelo fato de sabermos que nem a melhor compreensão dos determinantes de sua escolha do material e da natureza da arte poética poderia contribuir para fazer de nós mesmos escritores. Se ao menos pudéssemos encontrar em nós ou em pessoas como nós uma atividade que fosse de algum modo aparentada criação literária, investigá-la poderia nos dar a esperança de chegar a uma explicação inicial do fazer poético. E de fato essa possibilidade existe, afinal os próprios escritores amam diminuir a distância entre a sua categoria e os homens comuns. Frequentemente nos garantem que em cada indivíduo se esconde um poeta e que o último poeta desaparecerá com o último homem. Não deveríamos buscar já na infância os primeiros traços de atividade criativa? A ocupação mais querida e mais intensa da criança é a brincadeira. Talvez possamos dizer que toda criança ao brincar se comporta como um criador literário, pois constrói para si um mundo próprio, ou mais exatamente, arranja as coisas do seu mundo em uma nova ordem, do seu agrado. Seria errado portanto pensar que ela não toma a sério esse mundo, pelo contrário, ela toma sua brincadeira muito a sério, nela gasta grandes montantes de afeto. O oposto da brincadeira não é a seriedade, mas sim a realidade. Não obstante todo o investimento de afeto, a criança distingue muito bem da realidade o seu mundo de brincadeiras e gosta de basear nas coisas palpáveis e visíveis do mundo real os objetos e situações que imagina. É esse apoio na realidade que distingue o seu brincar do fantasiar. O escritor faz o mesmo que a criança ao brincar, constrói um mundo de fantasia que leva bastante a sério, ou seja, dota de grandes montantes de afeto, ao mesmo tempo que o separa claramente da realidade. E a língua conservou esse parentesco entre brincadeira infantil e criação poética ao designar como espile, jogos, brincadeiras, as produções literárias, que requerem o apoio em objetos palpáveis, que são passíveis de representação. Lispio, comédia. Trispio, tragédia. E o indivíduo que as representa como shipil, ator, ou espiler, aquele que brinca ou joga. Mas a irrealidade do mundo imaginário traz consequências importantes para a técnica artística, pois muitas coisas que, sendo reais, não poderiam dar prazer, podem proporcioná-lo no jogo da fantasia. Muitas emoções, que são dolorosas em si mesmas, podem se tornar fonte de fruição para os ouvintes e espectadores do escritor. Há outra consideração que leva a nos determos um pouco mais na oposição entre realidade e brincadeira. Quando a criança se torna um adulto e para de brincar, após haver se empenhado psiquicamente durante décadas em aprender as realidades da vida com a seriedade necessária, ela pode, um dia, encontrar-se numa disposição psíquica que volta a eliminar a oposição entre jogo e realidade. O adulto pode se recordar da grande seriedade com que brincava na infância e, equiparando suas ocupações pretensamente férias àquelas brincadeiras infantis, livra-se do pesado fardo imposto pela vida e alcança o elevado ganho de prazer proporcionado pelo humor. Portanto, o indivíduo em crescimento para de brincar. Aparentemente, renuncia ao ganho de prazer que retirava da brincadeira. Quem conhece a vida psíquica do ser humano, porém, sabe que nada é tão difícil para ele quanto renunciar a um prazer que já experimentou. Na verdade, não podemos renunciar a nada, apenas trocamos uma coisa por outra. O que parece ser uma renúncia é, na realidade, uma formação substitutiva ou um sucedâneo. Assim, também a pessoa em crescimento, quando para de brincar, apenas abandona o apoio em objetos reais. Em vez de brincar, ela fantasia. Constrói castelos no ar, cria o que se chamam devaneios. Creio que a maioria das pessoas constrói fantasias em momentos de sua vida. Isso é um fato que durante muito tempo foi negligenciado e cuja relevância, portanto, não foi devidamente apreciada. O ato de fantasiar nas pessoas não pode ser observado tão facilmente quanto o ato de brincar nas crianças. É certo que a criança brinca também sozinha, ou forma com outras crianças um sistema psíquico fechado para os fins de uma brincadeira. Mas também, quando não brinca na frente dos adultos, não lhes esconde a sua brincadeira. O adulto, porém, envergonha-se de suas fantasias e as oculta dos outros, acalentando-as como o seu mais íntimo. Geralmente, preferiria confessar suas transgressões a comunicar suas fantasias. Pode acontecer, por causa disso, que ele se considere único a ter essas fantasias e não faça ideia de que criações similares são comuns nos outros indivíduos. Essa diferença na conduta daquele que brinca e daquele que fantasia acha explicação nos motivos das duas atividades, uma das quais dá prosseguimento à outra, porém. As brincadeiras das crianças são guiadas por desejos, mais precisamente, por um desejo específico, que é de grande ajuda na sua educação, o de ser grande e adulto. Elas sempre brincam de ser grande, imitam nas brincadeiras o que sabem da vida das pessoas grandes. Não tem motivo para esconder esse desejo. Com os adultos é diferente. Eles sabem, por um lado, que deles se espera que não brinquem mais ou que não fantasiem, que atuem no mundo real. Por outro lado, entre os desejos que geram suas fantasias, há alguns que é necessário ocultar. Por isso, eles se envergonham do seu fantasiar, como algo infantil e ilícito. Os senhores perguntarão de que modo temos informação tão precisa sobre as fantasias das pessoas se estas as encobrem com tanto segredo. Ora, há um tipo de pessoas às quais não um Deus, mas uma deusa severa à necessidade impôs a tarefa de dizer o que sofrem e que coisas lhes dão alegria. São os neuróticos, que têm de comunicar também suas fantasias ao médico, do qual esperam ser curados pelo tratamento psíquico. É dessa fonte que veio nosso melhor conhecimento, e logo tivemos boas razões para supor que nós, as doentes, nada nos diziam que não pudéssemos vir a saber também dos indivíduos sãos. Vejamos algumas das características da atividade da fantasia. Pode-se dizer que somente a pessoa insatisfeita fantasia, jamais aquela feliz. Desejos não satisfeitos são as forças motrizes das fantasias, e cada fantasia é uma realização de desejo, uma correção da realidade insatisfatória. Os desejos impulsores diferenciam-se conforme o sexo, o caráter e as circunstâncias de vida da personalidade que fantasia, mas se dividem naturalmente em dois grupos principais. Ou são desejos ambiciosos, que servem à exaltação da personalidade, ou eróticos. Na mulher jovem predominam quase exclusivamente os desejos eróticos, pois sua ambição é geralmente absorvida pelo empenho amoroso. No homem jovem, ao lado dos desejos eróticos, sobrensaem os egoístas e ambiciosos, mas vamos enfatizar a frequente união desses dois grupos em vez da oposição entre eles. Assim como em muitas pinturas de altares se vê num canto a imagem do doador, na maioria das fantasias ambiciosas podemos encontrar, num ponto qualquer, a dama para quem o fantasiador realiza todas aquelas façanhas, a cujos pés ele deposita todos os seus triunfos. Como veem os senhores, aqui há bons motivos para o ocultamento. Na mulher bem educada não se admite mais que um mínimo de necessidades eróticas, e o homem jovem deve aprender a suprimir o excesso de autoestima que traz consigo na infância mimada, para integrar-se numa sociedade cheia de indivíduos com exigências iguais. Não devemos pensar nos produtos dessa atividade imaginativa, as fantasias, castelos no ar e divaneios, como rígidos e imutáveis. Eles se adaptam às impressões cambiantes que a vida nos traz, alteram-se a cada oscilação da vida, recebem a chamada marca do tempo, de cada nova impressão eficaz. A relação da fantasia com o tempo é muito significativa. Pode-se dizer que uma fantasia paira entre três tempos. Os três momentos de nossa atividade ideativa. O trabalho psíquico parte de uma impressão atual, uma ocasião do presente que foi capaz de despertar um dos grandes desejos do indivíduo. Daí retrocede a lembrança de uma vivência anterior, geralmente infantil, na qual aquele desejo era realizado, e cria então uma situação ligada ao futuro, que se mostra como realização daquele desejo. Justamente o devaneio ou fantasia que carrega os traços de sua origem na ocasião e na lembrança. Assim, passado, presente e futuro são como que perfilados na linha do desejo que os atravessa. Um exemplo banal pode esclarecer o que digo. Tomem, senhores, o caso de um garoto pobre órfão, ao qual deram o endereço de um homem que talvez o entregue. Indo para lá, ele pode se entregar a um devaneio apropriado à situação em que surge. O senhor dessa fantasia será provavelmente que ele é recebido, agrada o novo chefe, torna-se imprescindível no negócio, é acolhido na família do patrão, casa-se com a atraente filha desse e passa a dirigir os negócios, primeiro como sócio e depois como sucessor. Com isso, esse sonhador readquiriu o que tiver em sua infância infeliz, uma casa protetora, pais amorosos e os primeiros objetos de suas inclinações afetuosas. Os senhores veem, nesse exemplo, como o desejo faz uso de um ensejo do presente para esboçar, segundo o modelo do passado, uma imagem do futuro. Haveria muito mais a dizer sobre as fantasias. Eu me limitarei a mencionar algumas coisas. O excesso de crescimento e de intensidade das fantasias produz as condições para a caída de uma neurose ou psicose. As fantasias são também as percursoras psíquicas imediatas dos sintomas patológicos de que se queixam nossos doentes. Desse ponto, sai uma ampla via lateral que conduz à patologia. Não posso omitir a relação das fantasias com o sonho, porém. Também os nossos sonhos diurnos não são outra coisa do que fantasias assim, como pudemos evidenciar com a interpretação dos sonhos. A linguagem, em sua inigualável sabedoria, há muito resolveu a questão da natureza dos sonhos, ao chamar de sonhos diurnos as etéreas criações daqueles que fantasiam. Se, apesar dessa indicação, o sentido de nossos sonhos permanece geralmente obscuro para nós, isso vem do fato de que, à noite, também despertam em nós desejos de que nos envergonhamos e que temos de ocultar de nós mesmos, que justamente por isso foram reprimidos, empurrados para o inconsciente. Tais desejos reprimidos e seus derivados não podem ter expressão que não seja bastante deformada. Depois que o trabalho científico logrou esclarecer a deformação anírica, já não foi difícil perceber que os sonhos noturnos são realizações de desejos exatamente como os sonhos diurnos, as nossas conhecidas fantasias. Isso quanto às fantasias. Tomemos agora um escritor. Podemos realmente comparar o escritor ao sonhador em pleno dia e suas criações aos devaneios? Aqui já se impõe talvez uma distinção. É preciso diferenciar entre os escritores que utilizam o material já existente, como os épicos e trágicos antigos, e aqueles que parecem criar livremente seu material. Atenhamos-nos a esses últimos e procuremos, para nossa comparação, não os escritores mais exaltados pela crítica, mas os autores de romances, histórias e contos menos pretenciosos, que têm os leitores e leitoras mais numerosos e ávidos. Nas obras desses narradores, uma característica nos chama a atenção sobretudo. Todas têm um herói, que é o centro do interesse, para o qual o autor busca agrangear nossa simpatia por todos os meios e que parece proteger com uma providência especial. Se no final de um capítulo o herói está inconsciente, sangrando de sérias feridas, no início do próximo nós o encontraremos bem cuidado e a caminho do restabelecimento. E se o primeiro volume termina com o naufrágio, numa tempestade, do navio em que se acha o herói, no começo do segundo volume nós seremos informados de sua milagrosa salvação, sem a qual o romance não teria prosseguimento. O sentimento de segurança com que acompanhamos o herói através de suas perigosas vicissitudes é o mesmo com que um herói real se joga na água para salvar alguém que se afoga, ou se expõe ao fogo inimigo para atacar uma bateria. Esse é o verdadeiro sentimento de herói que um de nossos melhores escritores expressou magnificamente. Nada pode lhe acontecer. Asengluber. Mas acho que nessa reveladora característica da invulnerabilidade reconhecemos, sem maior esforço, sua majestade Will, o herói de todos os devaneios e de todos os romances. Outros traços típicos dessas histórias egocêntricas apontam para o mesmo parentesco, quando todas as mulheres do romance se apaixonam por um herói. Isso não pode ser visto como retrato da realidade, deve ser compreendido como elemento necessário do devaneio. O mesmo quando as outras personagens do livro se diferenciam nitidamente entre boas e más, negligenciando a variedade de caracteres humanos que se observa na realidade. Os bons são favoráveis, os maus os inimigos e rivais do eu que se torna o herói. De maneira nenhuma ignoramos que muitas criações literárias se distanciam bastante do modelo do sonho diurno ingênuo, mas não posso suprimir a conjectura de que, mesmo os desvios extremos poderiam ser ligados a ele por uma série contínua de casos de transição. Notei que em muitos dos chamados romances psicológicos, somente uma personagem, o herói mais uma vez, é retratada do interior, o autor como se coloca em sua alma e olha as outras personagens de fora. Em geral, o romance psicológico deve sua peculiaridade à tendência do escritor moderno cindir seu eu em eus parciais, mediante a auto-observação e, em consequência, personificar em vários heróis as correntes conflitantes de sua vida psíquica. Em contraste muito especial com o sonho diurno, parecem estar os romances que poderíamos denominar excêntricos, em que a personagem apresentada como herói tem o mínimo papel ativo, vendo passar à sua frente como um espectador os atos e sofrimentos das demais pessoas. Desse tipo são vários dos últimos romances de Isola. Mas devo dizer que a maioria psicológica de indivíduos que não são escritores e que se afastam de alguns aspectos da assim chamada norma, revelou-nos variações análogas dos devaneios em que o eu se contenta com o papel de observador. Para que tenha valor a nossa equiparação do escritor ao sonhador diurno, da criação literária ao devaneio, ela deverá se mostrar fecunda de alguma maneira. Procuremos aplicar as obras dos escritores à nossa tese, já explicitada sobre a relação da fantasia com os três tempos e o desejo que os percorre e estudar por meio dela as relações entre a vida do escritor e suas criações. Em geral, não se soube com que ideias antecipatórias abordar esse problema. Frequentemente essa relação foi imaginada de forma demasiado simples, partindo da percepção adquirida com as fantasias, devemos esperar o seguinte estado de coisas. Uma forte vivência atual desperta no escritor a lembrança de uma vivência anterior, geralmente da infância, da qual vem o desejo que se realiza na criação literária. Nessa mesma podemos discernir elementos tanto da nova ocasião como da velha lembrança. Não se assustem com a natureza complicada dessa fórmula. Creio que na realidade ela se mostrará um esquema precário, mas poderá conter uma primeira aproximação ao real estado de coisas. E, após alguns ensaios que fiz, tendo a julgar que essa forma de considerar as produções literárias não será infecunda. Não esqueçam que a ênfase, talvez estranha, na recordação de infância do escritor é consequência, afinal, da premissa de que tanto a obra literária como o devaneio são prosseguimentos e substituição do que um dia foi uma brincadeira infantil. E não deixemos de retomar aquele tipo de obras em que não vimos criações originais, mas elaborações de material já existente e conhecido. Também nelas o escritor conserva alguma independência que pode se manifestar na escolha do material e nas alterações que faz nele, frequentemente substanciais. Quando o material já é dado, porém, ele tem origem do tesouro popular dos mitos, lendas e fábulas. Não excluímos absolutamente a investigação desses produtos da psicologia dos povos, mas é bastante provável que os mitos, por exemplo, correspondam a vestígios deformados de fantasias-desejos de nações inteiras, a sonhos seculares da jovem humanidade. Os senhores dirão que lhes falei bem mais das fantasias que dos escritores, embora tenha posto estes em primeiro lugar no título da minha conferência. Estou ciente disso e procuro excusá-lo invocando o presente estado de nosso conhecimento. Pude apenas oferecer-lhes alguns estímulos e sugestões que, a partir do estudo das fantasias, relacionam-se ao problema da escolha do material poético. Quanto ao outro problema, o dos meios com os quais o escritor alcança os efeitos emocionais que são provocados em nós por suas criações, este não chegamos a abordar. Eu gostaria de apontar-lhes ao menos o caminho que leva de nossa discussão das fantasias aos problemas do efeito poético. Como devem se lembrar os senhores, afirmamos que o sonhador diurno esconde cuidadosamente dos outros indivíduos das suas fantasias, pois sente que há motivos para envergonhar-se delas. Eu acrescentaria agora que, mesmo que lhes comunicasse, não nos daria prazer contar as revelações. Ao saber dessas fantasias, ficamos chocados ou, quando muito, permanecemos freus. Mas quando um escritor nos brinda com suas peças ou nos conta aquilo que nos inclinamos a considerar seus devaneios pessoais, sentimos elevado prazer, provavelmente oriundo de muitas fontes. Como o escritor consegue fazer isso é seu segredo mais íntimo. Na técnica de superar aquele sentimento de choque que indubitavelmente está ligado às barreiras que separam cada eu e os demais, é que se acha propriamente a arte poética. Podemos imaginar dois recursos dessa técnica. O escritor atenua o caráter do devaneio egoísta por meio de alterações e ocultamentos e nos cativa pelo ganho de prazer puramente formal, ou seja, estético, que nos oferece na representação de suas fantasias. Esse ganho de prazer que nos é oferecido para possibilitar a liberação de um prazer maior, de fontes psíquicas mais profundas, é denominado brinde incentivador ou prazer preliminar. A meu ver, todo o prazer estético que o escritor nos proporciona tem o caráter de um prazer preliminar desse tipo, e a autêntica fruição da obra literária vem da libertação de tensões em nossa psique. E talvez contribua para isso, em não pequena medida, o fato de que o escritor nos permite desfrutar nossas próprias fantasias sem qualquer recriminação e sem pudor. Com isso, estamos no limiar de novas investigações, interessantes e complicadas, mas, ao menos por agora, chegamos também ao fim de nossa discussão. Você acabou de ouvir o artigo O Escritor e a Fantasia, de 1908, de Sigmund Freud, publicado pela Companhia das Letras, no volume 8 de suas obras completas, tradução de Paulo César de Sousa.