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Welcome to the CarrapaCast! In today's episode, Beatriz and nurse Patricia Tavaes discuss the topic of violence against women. They highlight the prevalence of this issue, particularly in the Cariri region of Brazil. Patricia introduces her research on analyzing the care provided to women in situations of violence and developing a participatory action plan. The study involves community members, healthcare professionals, and local authorities. They emphasize the importance of addressing the difficulty women face in accessing healthcare services and the need for professionals to recognize and support them. The research aims to create strategies for effective care and prevention. Sejam todos bem-vindos ao meu, ao seu, ao nosso... CarrapaCast! Na flora tem uma pedra encantada Tamanho d'água faz morada Na profundeza das águas Olá, ouvintes! Iniciamos hoje mais um episódio do nosso CarrapaCast. Eu sou a Beatriz e estou com a enfermeira da comunidade, Patrícia Tavaes. Patrícia é enfermeira efetiva aqui do município do Crato. Atualmente exerce suas funções na UBS do Belmonte. E essa UBS possui uma das suas micro-áreas, o sítio Belo Horizonte, também conhecido como comunidade Carrapato. Ela é doutoranda em Saúde da Família pela Fiocruz, mestre em Ensino na Saúde e mestre em Desenvolvimento Regional e Sustentável. Ela é pós-graduada em Saúde da Família, Gestão de Sistemas e Serviços de Saúde, Gestão da Clínica e Vigilância em Saúde, Docência do Ensino Superior e em Saúde Mental. Hoje a gente vai falar sobre um assunto muito importante, que é a violência contra a mulher. É uma temática relevante que deve ser discutida constantemente para que a gente consiga criar estratégias de enfrentamento. Essa temática está muito mais presente do que a gente imagina. É possível que todos os ouvintes aqui já conheçam alguma mulher que sofreu violência, seja de forma física, como murros, chutes, mordidas, tentativa de assassinato, de forma psicológica, através de constrangimentos, manipulações, ameaças, ou até mesmo de forma sexual, que se configura através do estupro, abuso sexual, sexo forçado, ameaçar para conseguir sexo, e qualquer tipo de sexo forçado com ou sem penetração, entre tantas outras formas de violência que podem estar presentes. E a nossa região do Cariri, infelizmente, ela se destaca por casos de feminicídio, que ocorrem com verdadeiras atrocidades. Eu ainda me recordo de quando eu nem morava aqui, e eu soube de um caso de uma mulher que foi assassinada em praça pública. Isso me chamou muita atenção, porque o agressor sequer teve receio de ser punido. Se sentiu tão à vontade de praticar isso em praça pública para todos verem e em um horário de grande rotatividade de pessoas. Isso reflete muito a realidade dessa região, e do Brasil como um todo. O Brasil, ele é hoje o quinto país que mais mata mulheres por questão de gênero. E essas mortes, elas acontecem porque as mulheres, elas não são respeitadas. E a gente vive uma cultura em que os homens, eles são estimulados desde criança a serem superiores a nós mulheres. E para tentar mudar essa realidade, é necessário que a gente se aprofunde no assunto, faça pesquisas, se insira na comunidade, e converse sobre isso com ela. E é nessa proposta que surge a pesquisa da nossa enfermeira. Agora eu passo a fala para ela. Seja bem-vinda, Patrícia. Você pode fazer uma breve apresentação, trazer os objetivos dessa pesquisa, e como ela está sendo desenvolvida. Bom dia, Beatriz. Gostaria de agradecer o convite para estar trazendo hoje um pouco a respeito desse estudo que a gente vem desenvolvendo. Sem dúvidas, um estudo muito importante, de muita relevância social, como você traz aí em sua fala. E para que as pessoas também compreendam mais a respeito desse estudo, eu vou estar falando um pouco sobre o objetivo geral desse estudo. Esse estudo, ele vem se propor a analisar o cuidado prestado à mulher em situação de violência, analisando esse cuidado na percepção dos gestores, dos profissionais, bem como dos usuários do serviço, para que toda essa análise possa estar subsidiando a construção e a implementação de um plano de ação que seja construído de forma participativa para o cuidado integral às mulheres em situação de violência. As mulheres que pertencem a uma unidade de saúde do município do Crato, e aí a gente traz em específico essa unidade de saúde do Belmonte, que é exatamente a unidade na qual eu estou vinculada. E esse estudo, ele visa exatamente ressignificar os territórios de intervenção pública, para que a gente possa construir esse plano participativo, levando em consideração a realidade local. E aí, para que a gente consiga dar conta de executar um objetivo tão amplo e tão robusto como esse, a gente tem também alguns objetivos específicos, que esses objetivos específicos, eles são destrinchados em quatro objetivos, e aí um desses objetivos é exatamente fomentar o espaço de discussão desses participantes acerca desse cuidado à mulher em situação de violência, considerando essa realidade do território, verificando quais são as potencialidades, as limitações que esse território possui. Outro objetivo específico seria promover a elaboração de um plano de ação participativo, onde a gente esteja levando em consideração as discussões e os saberes dos gestores, dos profissionais de saúde e dos usuários que frequentam essa unidade básica de saúde, referente a essa questão do cuidado às mulheres em situação de violência a ser implantado por uma estratégia de saúde da família. Temos também como objetivo específico implementar ações do plano participativo, alancadas como prioritárias por esses participantes, uma vez que a proposta não é apenas promover esse plano, elaborar esse plano, mas que a gente consiga também elencar algumas ações que são prioritárias para que a gente já dê início à execução dessas ações, e, posteriormente, a gente consiga também avaliar, de alguma forma, que esse processo de construção e de implementação desse plano participativo ocorreu. Que legal, Patrícia. Então, pelo que eu entendi, é uma construção coletiva, né? Essa pesquisa é bastante importante, porque quem estuda sobre a violência, sobre essa temática, sabe que as mulheres em situação de violência têm uma dificuldade muito grande de acessar os serviços de saúde, e, mesmo quando elas acessam, elas também têm uma certa fragilidade em se reconhecer nessa posição de mulher em situação de violência. Então, por ser algo muito naturalizado, é muito comum que elas até acessem os serviços, mas elas não se reconheçam nesse papel de pessoas em situações de violência. E, assim como as mulheres, os profissionais também têm dificuldade de reconhecer essas mulheres, e também têm muito receio, né? É uma temática que gera muito receio nos profissionais, e eu acredito que essa pesquisa vem somando para que esses profissionais possam ter um conhecimento maior sobre o assunto e possam estar criando estratégias dentro das unidades para trabalhar com essas mulheres. E aí, a gente vai nesse foco de enfrentamento mesmo do problema. Mas, para esclarecer mais sobre a pesquisa, quem é que está participando, quem pode participar dessa pesquisa, como é que ela está sendo desenvolvida? Bem, então, com relação à questão da participação do nosso estudo, a gente vai ter três categorias diferentes de participantes. Então, nós teremos aí os moradores da comunidade, né? E aí, nós estaremos estabelecendo alguns critérios de inclusão desses participantes, que, no caso, são os moradores, para que o estudo também seja um estudo que possa estar incluindo tanto mulheres, né? Que não necessariamente essas mulheres precisam ser mulheres que tenham vivenciado situações de violência, né? E também, o estudo pretende também estar incluindo a participação masculina, né? Para que a gente também permita que esses homens, eles possam estar contemplados nessas discussões e possam estar entendendo esse debate referente a esse enfrentamento dessa situação de violência. E aí, também, nós teremos a participação dos profissionais de saúde, né? Em específico, os profissionais que atuam na Unidade Básica de Saúde do Belmonte, por ser um plano de ação que vai ser construído a nível local. E aí, nós teremos também a participação da universidade, né? A universidade aí sendo representada pelos residentes da residência multiprofissional de saúde coletiva, bem como os preceptores e os tutores que tiverem disponibilidade de estar se envolvendo junto com a gente aí nas ações que vão ser desenvolvidas, nos grupos e nas rodas de conversa que serão articuladas, né? E aí, também, teremos a participação de gestores da Atenção Primária à Saúde do município do Crato. Para que esses gestores, eles possam estar trazendo para a gente também de que forma esses fluxos de atendimento, eles são estruturados, como é que essas mulheres podem buscar assistência, buscar um acolhimento, buscar um atendimento satisfatório para as necessidades, né? Então, aí, a gente vai ter essa pesquisa construída em três vertentes, né? Então, usuários, profissionais e gestores, para que, de fato, a gente consiga contemplar essa tríade que é tão preconizada pelo Sistema Único de Saúde. Então, a gente pode ver que é uma pesquisa, assim, bem complexa, né? Que tem vários atores e a gente conhece que a saúde, quando a gente pensa em fazer saúde, a gente não envolve só um ator, né? Então, não é só o profissional de saúde. O profissional precisa do gestor e precisa ainda mais do usuário. E é muito interessante quando você traz a comunidade para estar participando da pesquisa porque a comunidade, ela se conhece. Então, ela vai saber quais são as necessidades que as pessoas que moram, né, aqui, elas têm. Mas, assim, levando em consideração essa complexidade, esses vários atores, como que você está pensando em desenvolver as etapas para conseguir contemplar todos os objetivos que você trouxe e todos esses atores? Então, para o desenvolvimento desse nosso estudo, né, a gente traz aí todo um passo a passo, né, a ser seguido, né? Que não quer dizer necessariamente que esses passos, eles também não podem ser intercalados uns com outros, que a gente não possa sair dessa ordem que é estabelecida aqui, né? Porque a proposta é que a gente faça, de fato, algo participativo, uma pesquisação que, de fato, envolva a comunidade, envolva esses atores sociais. Mas aí a gente tem como passo inicial, né, que a gente consiga fazer um levantamento de um diagnóstico da literatura, né? Para que a gente consiga observar o que é que os estudos trazem, né? O que é que a literatura científica, ela traz a respeito dessa problemática da violência contra a mulher. Será que a gente já tem literatura disponível que fala sobre a necessidade de a gente estar discutindo esse problema e propondo propostas de enfrentamento que levem em consideração esse planejamento participativo, né? Então isso é o que, de fato, move o trabalho, né? A ideia não é que a gente faça um trabalho apenas baseado em estudos, em atores, é que a gente consiga, de fato, mobilizar a comunidade, né? Mas levando em consideração aquilo que a gente já tem na literatura científica, que a gente consiga articular o saber que a comunidade tem, o saber que os profissionais têm, o saber que a gestão vai estar trazendo para a gente, mas articulando tudo isso com o conhecimento científico também que já existe, né? Então esse seria o primeiro passo do desenvolvimento do nosso estudo. E aí quando a gente for, de fato, mergulhar nesse cenário onde a gente vai estar desenvolvendo o estudo, né, que é na comunidade do Carrapato, a gente está no planejamento de fazer um diagnóstico dessa realidade local, onde a gente possa estar fazendo aí um reconhecimento do número dos casos de violência, fazendo todo um mapeamento desse cenário de violência no município do Crato, como é que é desenhada essa rede de assistência a essas mulheres, será que já existe um fluxo de atendimento, será que existe uma rede já articulada para acolher essas mulheres, né? Então a gente vai procurar estar observando tudo isso, vendo através dos sistemas de informação todo esse mapeamento desse cenário, desses casos, né, que como você trouxe em sua fala inicial, existem aí números bem alarmantes de casos de violência, né, sobretudo aqui no município do Crato, e aí a gente quer fazer todo esse mapeamento desse cenário, fazendo inclusive visitas iniciais a alguns equipamentos que compõem essa rede, para que a gente possa reconhecer de que forma essa rede está estruturada. Posterior a esse levantamento desse cenário e a esse mapeamento, aí a gente pensa em, de fato, realizar visitas exploratórias ao nosso território em questão, onde a gente vai estar observando o que a comunidade do Carrapato possui de equipamentos. Então, será que no Carrapato a gente possui associação? Será que a gente tem um sindicato estruturado? Será que a gente tem pessoas que representem essa comunidade? Será que a gente tem lideranças femininas? Pessoas que possam aí estar compondo esse nosso grupo de estudo que a gente vai estar montando para desenvolver o estudo. E aí, posteriormente, a gente pensa também em estar realizando um georreferenciamento desse território, para que a gente possa também conhecer as condições de vida, as necessidades de saúde, os riscos coletivos e as potencialidades desse território. Então, a gente pensa em fazer todo esse georreferenciamento que vai permitir a gente identificar essas vulnerabilidades, bem como essas potencialidades, que, de fato, vai ser o que vai ser explorado, para que a gente consiga estar planejando junto com a comunidade. Esse georreferenciamento que a Patrícia está trazendo é algo muito importante, é um instrumento muito importante que a gente utiliza para conhecer a comunidade. E ela vem trazendo na sua fala também a questão dos sistemas de informação. Esses sistemas de informação são sistemas que os profissionais utilizam para guardar as informações que são obtidas nas consultas, nos atendimentos. E aí vem uma coisa muito importante que a gente consegue visualizar, tanto nos estudos como na própria realidade, é que existe uma subnotificação dos casos de violência. O que seria isso? Os casos de violência que chegam nas unidades de saúde, eles não são notificados ou, quando são notificados, a ficha acaba ficando incompleta. Então, essa notificação, é importante a gente falar que ela não significa uma denúncia. Então, a mulher que está em situação de violência, ela pode sim buscar um serviço de saúde. Ela pode, se ela se sentir à vontade, se ela for bem acolhida, ela pode falar sobre a situação que ela está passando, sendo garantido a ela o sigilo. Então, essa informação que a gente está falando é para o sistema de saúde. Para que ela serve? Para que o Estado, para que o Ministério da Saúde, ele veja aquela localidade como uma localidade que tem fragilidades, que tem vulnerabilidades, e para que ele possa investir em estratégias, investir até mesmo na questão financeira mesmo, para que se criem estratégias, se criem ações para combater esse problema, que é a violência. Então, assim, muitas vezes a mulher, ela não sabe, não se reconhece nesse papel de pessoa em situação de violência. Ela busca um serviço, mas ela acha que não é importante falar sobre aquilo, ou ela acha que o profissional vai lá e vai lá denunciar o parceiro dela. Então, o profissional que está ali, ele vai notificar, ele não vai denunciar. Então, notificação não tem nada a ver com denúncia, certo? Então, se a mulher tem essa necessidade de falar sobre a violência lá na consulta que ela está fazendo, ela pode falar e ela vai ter essa informação garantida que seja sigilosa, que não se espalhe. E aí a gente tem outra questão aqui na pesquisa que foi citada, que é a rede de enfrentamento. E essa rede de enfrentamento, ela não engloba somente os serviços de saúde, engloba eles, serviços de saúde, a gente se refere ao posto de saúde, hospitais, UPAs, SAMU, todos eles se encaixam dentro da rede, mas não somente eles. A gente tem as delegacias da mulher, delegacia civil, centro de referência da mulher, que é um serviço muito importante de acolhimento. É um serviço que também não visa estimular a denúncia, mas visa fazer um acolhimento, fazer um acompanhamento psicológico e é um serviço muito importante para essa mulher, ela se reconhecer nesse papel e ela mesmo poder traçar novas metas para a vida dela. E aí, uma pergunta, uma questão que ficou, será que essa pesquisa vai conseguir englobar todos esses setores dentro dessa rede de enfrentamento ou somente os setores da saúde? Porque os setores da saúde, eles já são muitos, né? Então, já é muito complexo. Será que vai dar para abarcar também esses outros setores sociais, setores da justiça ou ficaria como sugestão para uma nova pesquisa para dar continuidade a essa pesquisa que está sendo desenvolvida? Sim, então, Beatriz, é muito pertinente, assim, sua colocação, né? Todas as colocações, na verdade, que você traz, né? Ressaltando aí a importância desses sistemas de informação, ressaltando também a importância da gente estar inserindo todos esses equipamentos dessa rede de enfrentamento, né? A gente sabe que é uma rede muito complexa, né? Uma rede que, às vezes, acaba um determinado setor não dialogando com o outro, né? E isso acaba, por muitas vezes, fragilizando essa rede, quebrando a continuidade desse atendimento, né? E aí, a proposta inicial da gente é que a gente consiga fazer essa articulação prévia, pelo menos com os equipamentos que dizem respeito à Secretaria de Saúde, né? Ao que a gente consegue ter um maior contato e uma maior governabilidade, né? Para que isso sirva também como uma cimenta que seja plantada, para que novas pesquisas, elas possam surgir, para que novas discussões possam ser alimentadas, né? Por a construção desse plano. E para que a gente possa, num futuro, né? Dar seguimento a outras pesquisas que possam trazer essa articulação com esses outros equipamentos que a gente sabe que também são importantes e são necessários nesse enfrentamento, né? E aí, a gente já vai ter um árduo trabalho para a gente estar aqui articulando o envolvimento de todos esses atores sociais, né? Como eu falei inicialmente, a gente já destrinchou alguns desses passos, né? E aí, a gente tem grandes passos ainda a serem alcançados, né? Porque a gente ainda vai propor também uma reunião com a gestão municipal, né? Na figura aí da secretária de saúde, dos coordenadores de atenção primária, para que a gente possa estar divulgando a necessidade e a importância da construção desse plano, né? Para que a gente possa desenvolver o estudo. A gente também vai ainda desenvolver reuniões com a equipe de saúde da família envolvida, né? Para que a gente consiga, de fato, sensibilizar esses profissionais para esse acolhimento a essas mulheres, para o engajamento nessas discussões. E aí, a gente também vai estar desenvolvendo visitas exploratórias ao território, onde a gente possa, de fato, estar identificando esses usuários que serão nossos informantes-chave, né? Para estar aí trazendo informações sobre essa realidade local, sobre de que forma a gente pode estar trazendo essas discussões, né? Então, a gente tem aí toda uma articulação pela frente. Patrícia, então, depois dessas visitas exploratórias que você vai fazer e vai identificar esses informantes-chave, como é que você vai conseguir inserir eles dentro dessa pesquisa? Como é que você vai executar para agregar eles dentro da pesquisa? A ideia, né? Posterior a esse nosso levantamento de informantes, essas visitas exploratórias, é que a gente esteja desenvolvendo seminários, né? E rodas de conversas temáticas, onde a gente vai estar trazendo temas, né? Que sejam temas que já provoquem, de fato, essas discussões, né? E que já consigam envolver esses três públicos, né? Que a gente falou. E aí, conforme a gente for debatendo essas temáticas, e trazendo todos esses temas que instiguem, de fato, essas discussões, né? Aí a gente vai propor, de fato, que a comunidade, que esses participantes estejam construindo esse plano de ação, né? E, como eu friso sempre, a ideia é que esse plano de ação seja, de fato, participativo, né? E aí a gente vai estar traçando nesse plano algumas metas que possam ser desenvolvidas a curto, médio e longo prazo, né? E, em cima disso, a gente vai estar elencando aí algumas ações prioritárias para que a gente já consiga ir desenvolvendo, sobretudo essas que são de curto prazo, né? Para que a gente já consiga ir, de fato, avaliando, implementando, monitorando todas essas ações que forem pactuadas. Para que, posteriormente também, a gente consiga já estar dando uma devoluta para a comunidade, uma devoluta para o município, para a secretaria, né? De como foi que esse plano foi construído e o que foi que foi estabelecido como prioridade e até que ponto a gente está conseguindo desenvolver. O que eu achei, assim, mais interessante nessa pesquisa é que, ao contrário de muitas que a gente vê que realmente fica só no papel, você já está fazendo uma pesquisa participante. Então, você já está incluindo a comunidade, sensibilizando a comunidade sobre essa temática e isso, querendo ou não, ela já facilita esse retorno dos seus dados para a própria comunidade. E esse retorno que a gente fala é um retorno que pode vir através de ações da própria secretaria, municipal, pode impactar também outros municípios, podem ser levados para outros municípios, pode sensibilizar outros gestores, né? Porque a gente também tem que pensar nas tomadas de decisão. Então, quando a gente fala de criar estratégias, de criar ações, a gente não pode criar sozinho. A gente tem que incluir a comunidade, incluir os usuários e incluir também os gestores e profissionais. São esses gestores que vão tomar decisões e que podem implementar essas ações e essas estratégias. E aí, esse retorno, a gente pode estar pensando não somente para o setor saúde. É interessante que essa pesquisa também seja levada para os outros setores. Aqui no Crato, a gente tem Delegacia da Mulher, tem o Centro de Referência. É um centro de referência da mulher muito atuante. Eu mesmo conheço, passei um tempo lá fazendo minha pesquisa de mestrado e tem profissionais excelentes que vão acolher muito bem essa pesquisa. E assim, é a gente pensar mesmo em levar não somente para o setor saúde, mas para os outros setores, para que eles visualizem também aqui a comunidade como um espaço importante para se debater essa temática e para se implementar estratégias. E também para utilizar as pessoas daqui que têm um conhecimento muito grande, que têm esse potencial cultural, político, ambiental. É uma comunidade bastante atuante, bastante participativa. Então, esses outros setores da rede, eles podem também estar explorando essa comunidade nesse sentido, de estar criando forças para combater a violência contra a mulher. E Patrícia, eu gostaria de agradecer em nome da equipe do CarrapaCast, em nome da comunidade Carrapato e porque não também em nome de tantas mulheres que irão se beneficiar dos resultados dessa pesquisa. Obrigada pela sua participação aqui com a gente e por ser também uma enfermeira tão ativa na nossa comunidade, que mesmo estando na assistência, continua pesquisando e querendo reduzir as problemáticas que rodeiam a comunidade, que rodeiam a sociedade como um todo. Muito obrigada. Sinta-se convidada para outros episódios. Será muito bem-vindo. Esse foi o nosso episódio de hoje. Obrigada aos ouvintes pela atenção e até o próximo CarrapaCast. Roteiristas Ana Beatriz Alves, Beatriz Castro, Jéssica Romualdo, Luana Gurgel e Graziella Ingrid. Produção Samuel Nascimento e Davidson Bruno. Edição de Fábio Ângelo. Legendas pela comunidade Amara.org