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cover of Ulisses - Ilha de Circe
Ulisses - Ilha de Circe

Ulisses - Ilha de Circe

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Leitura de um excerto da obra Ulisses de Maria Alberta Menéres.

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Transcription

A few days later, they arrived at Nova Island. Ulisse stayed on the ship while the sailors explored the land. After a few days, a sailor named Euríloco returned with alarming news. He told Ulisse that they encountered fierce animals who led them to a palace where a beautiful woman, possibly a goddess or sorceress, invited them in. They ate and drank, but then the woman gave them a drink that made them forget everything and turned them into pigs. Ulisse was determined to save his companions and encountered Minerva, who gave him an herb of protection. Ulisse confronted Circe, the sorceress, and managed to resist her spells. Circe agreed to turn his companions back into humans, but advised them to avoid the dangerous singing of the Sirens. They set sail again, grateful and hopeful. Há alguns dias depois, avistaram Nova Ilha e a ela aportaram. Ulisse estava tão cansado e desiludido que resolveu ficar no navio, enquanto os marinheiros se andaram uma volta por terra. Passaram dois, três dias, quatro dias, e já Ulisse começava a ficar inquieto, sem saber o que teria acontecido aos amigos, quando, de repente, veio chegar um marinheiro chamado Euríloco, homem mais prudente que os companheiros. Vinha correndo, correndo, com certo ar de alarme. — O que há, amigo? perguntou-lhe Ulisses. — Ai, Ulisse, Ulisses, grande desgraça! Mas o que foi? Conta-te, pressa! Eu conto-te, ouve-me bem. Euríloco contou, então, que ao saírem dali, começaram a encontrar muitos animais ferozes—leões, tigres, leopardos—que, em vez de mostrarem bravura, se aproximaram deles e os olharam com um ar triste e suave, e até os acompanharam ao longo do caminho. Todos tinham estranhado. A certa altura, avistaram uma espécie de palácio no meio da floresta, e junto à porta, de pé, uma lindíssima mulher, ou deusa, ou feiticeira, sorrindo. Todos tinham parado estaciados. Esta lindíssima mulher os tinha convidados a entrar no seu palácio, onde logo viram grandes mesas cobertas de melhores iguarias que podiam sonhar. E eles marinheiros, pouco habituados a comidas tão suculentas e a doces tão finos, logo se tinham sentado, e sob os olhares aprovadores da deusa tinham comido e bebido alegremente. E ele, Euríloco, também. Mas a certa altura, já no fim do banquete, a deusa apareceu com uma garrafa de licor na mão. Nesse momento, Euríloco, que agora contava isto a Ulisses, teve um pressentimento que não conseguiu explicar e escondeu-se. — O que viu eu? A deusa serviu aquele licor aos marinheiros, e no mesmo instante em que eles o beberam, logo esqueceram seu nome, quem eram, sua pátria, sua família. — Então, disse Ulisses, ficaram iguais aos animais. — Pois foi isso mesmo, respondeu Euríloco. A deusa tocou neles com madarinha e eles transformaram-se todos em porcos. — Em porcos! gritou Ulisses. Em porcos, os melhores marinheiros da Grécia! Os meus queridos companheiros! Isto é uma afronta que tem que ser vingada. Vou já imediatamente salvar os meus companheiros de tantas desventuras e aventuras. Não pensando que é um encontro do perigo, não pensando que o mesmo poderia acontecer a ele, Ulisses correu pela floresta sem atender às súplicas e avisos de Euríloco. De repente, mesmo na sua frente, apareceu uma mulher fulgurante, que lhe disse. — Onde vais, Ulisses? Ele parou e reconheceu-a. Era Minerva, a deusa que nos momentos de perigo lhe aparecia sempre, aquela que, entre todos os deuses que moravam no Olimpo, o reino acima das nuvens, e em que os gregos acreditavam, era a sua especial protetora. Ulisses virou-se para ela indignado. — E dizes tu, Minerva, que és a minha protetora? Como pudeste permitir-me que acontecesse uma desgraça destas? — Calma-te, Ulisses. Sabes quem que perdoou esta enorme partida? Foi Circe, a feiticeira de grande poder. — Ah, é então Circe que se atravessa no meu caminho? Pois mesmo com o seu grande poder não conseguirá vencer. Me fui imediatamente falar com ela. — Veremos. Ulisses estava desvairado. Quando Minerva viu que nada conseguiria demovê-lo do seu intento, que ele estava realmente disposto a tentar salvar os companheiros, correndo também o risco de cair vítima de tão poderosa e temível feiticeira, inclinou-se, arrancou do chão uma erva e disse-lhe, — Toma, Ulisses, leve esta erva da vida. Ela te livrará da má sorte. Ulisses agradeceu e colocou-a para a floresta. Visto então o grande palácio, ela estava, Circe, à porta sorrindo. Quando ela o viu, logo se apaixonou por ele. Mas como ele era um simples mortal, estava disposta, embora com pena, a transformá-lo também num animal. Convidou-o a comer e o herói assim fez. Quando ela, no fim da refeição, foi buscar o licor e lhe o deu a beber, Ulisses bebeu-o de um só trago. E como, graças à erva da vida, não se esqueceu nem do seu próprio nome, nem da sua pátria, nem da sua família, quando Circe lhe tocou com a varinha, ele não se transformou em animal nenhum. Circe caiu dos joelhos assombrada. — Quem és tu que assim resiste às meus feitiços? — És um deus. — És um homem. — Um deus não és. — E se és homem, só podes ser Ulisses, o das melas doces. — Eu sou mesmo Ulisses. E queres aqui os meus companheiros queridos que transformaste em porcos? — Em porcos? — Eu! mentiu Ulisses. Anda-te-me, continua. Vê-se, então, que conheces os teus companheiros. Foi Ulisses pela mão até às possíveis, onde vários porcos comiam-se o fregamento, atropelando-se nas ramelas. Ulisses, desesperado, olhou àqueles animais e, com raiva de não conseguir descobrir neles os seus companheiros, deu um pontapé a um que se afastou brilhando. — Deus, Ulisses, não são teus companheiros. — Por que não ficas aqui e não casas comigo? perguntou-lhe. — Aqui e não quero ficar, disse-lhe tristemente. Não posso casar contigo, pois tenho minha mulher Penelope esperando por mim, longe, em Itacaque. Circe, no entanto, não o deixou partir. Passaram-se tempos e um dia Circe disse-lhe, vejo-te triste, pensando sempre no mar e na tua família. — Vou deixar de partir. — Vou restituir-te os teus marinhões, que são realmente aqueles porcos que tu viste nas minhas possíveis um dia. — Ainda outros. Todos os animais da minha floresta que são outros tantos marinheiros que encantei com o meu poder. Sou tua amiga, gostinho, e não posso continuar a ver a tua tristeza. Sei, pois, o teu caminho para Itacaque. Só te peço uma coisa, dirige-te primeiro à ilha dos infernos e fala com o prefeito de Tirésias. Ele sabe tudo o que se está a passar na tua terra. Olha que graves coisas se estão passando por lá. Prometes? Ulisses prometeu logo. Os marinheiros voltaram à forma de homens. Legramente, consertaram o navio, despediram-se de Circe e fizeram-se ao mar. Circe ainda lhes deu um outro conselho. Quando chegassem ao princípio do mar das freiras, viam parar de remar, tapar muito bem os ouvidos com cera, que não se esquecessem de fazer rigorosamente, senão ninguém os poderia salvar do canto e do encanto das freiras. Elas chegam a combater os marinheiros para o fundo do mar, e nunca ninguém lhes conseguira resistir. Todos prometeram sanamente cumprir o que ela lhes recomendava, e levam-lhes novamente entre onda e onda em azul e verde, de contente coração.

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