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SONORAS JUAREZ

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The middle class is a revolutionary invention of the 20th century. It has access to public policies, job markets, education, and territory. However, it replicates the prejudice of the elite and neglects the vulnerable. This middle class prioritizes privilege over rights and segregates other groups. The media in Brazil was created to inform the ignorant masses according to the elite's opinions. Communication is used to persuade and shape rebellious social groups. The constitution prohibits media monopolies, but this is often challenged. A classe média é uma invenção revolucionária do século XX, a grande revolução econômica do século XX. Não existia classe média no século XIX. E ela acaba sendo a classe do privilégio, do acesso às políticas públicas, ao mercado de trabalho, à educação, ao espaço do território, a formar políticas públicas que vão ao encontro do seu interesse. E a quarta consequência disso é que você criou uma classe média que replica, junto aos segmentos mais vulneráveis da sociedade, todo o preconceito da elite, todo o preconceito da burguesia. É uma classe média que abandonou os mais pobres à sua condição de vulnerabilidade. Por exemplo, é uma classe média que, por estar pautada no privilégio, que diz isso ao professor Milton Santos, dizia isso, é uma classe social que não quer direitos, quer privilégios, constrói todo o seu, entre aspas, direito, segregando outros grupos. Então essa mulher da classe média que sai para trabalhar é aquela que tem babaca para cuidar de seus filhos, por isso não luta pela creche pública, é aquela que tem uma empregada que paga um salário muito baixo, por isso não luta pelos direitos dos empregados domésticos, é aquela que humilha as pessoas que trabalham ao seu redor com salários indignos, com assédio, com desrespeito. Então você cria uma classe média que vai construindo os seus direitos, entre aspas, na negação dos direitos dos outros setores. O Getúlio e o Django eram latifundiários, eles não tinham nenhum interesse numa revolução popular, você pega a proposta do Getúlio e Django são bastante conservadores, eles não iam dar um tiro no pé, mas mexiam em aspectos importantes. O Django tinha as reformas, eram várias reformas, reforma econômica, reforma tributária, reforma na educação, reforma no espaço urbano, isso provocaria de fato uma mudança nessa concentração brutal que se teve de capital, de cultura, de aspectos simbólicos na política, provocaria uma grande mudança de sentido. Primeiro que interessava, interessava o regime, o Brasil foi muito grande, até os anos 60 o Brasil tinha áreas totalmente desconhecidas do território, a Amazônia, por exemplo, era um grande território desconhecido, e você precisava de um sistema de comunicação que tivesse antes o nacional. Também a primeira emissora, a primeira transição da Globo de forma de porte muito importante foi com o Jornal Nacional, que surge logo depois do AI-5. Então você precisa de um sistema de comunicação que dava unidade ao Brasil, do ponto de vista da informação, já que o Estado não tinha condições de fazer isso por várias razões. Mas não é o mais importante. Na minha opinião, esse é um processo longo, que se dá a partir do quê? Da escolha da fonte. Esse que é o problema. Quando você escolhe fonte jornalística que vai construir narrativa. Por exemplo, durante um determinado momento, a única pessoa do governo que fala de economia é o Delfim Neto. Todos os economistas contrários àquela política eram omitidos do noticiário. Então o Delfim com o milagre econômico, o milagre econômico, o milagre econômico, o Brasil cresceu em média 11%, não sei o quê, tal, tal. Então esse tipo de problema vai criando uma narrativa falaciosa ao longo do tempo. A comunicação nasce no Brasil não como sendo uma perspectiva de universalizar direitos. A comunicação nasce no Brasil em 1808 para informar a opinião da elite para a massa ignara, para a massa ignorante. E não mudou muito desde então. Por isso que nós temos uma característica no Brasil de que a comunicação tem um papel de persuasão dos grupos sociais rebelados contra o sistema para poder moldá-los ao seu comportamento. Por exemplo, foi se construindo no Brasil uma ação antiroligopólio. O que significa isso? Uma mesma empresa não pode ter várias santificações e vários espaços. Então, teoricamente, pela constituição brasileira você não pode ter uma rede nacional de televisão, de rádio, de jornal. Você não pode. Existem limites para esse capítulo específico de comunicação social. A constituição que impede isso. Então qualquer tipo de impedimento a oligopólio tem esse enfrentamento.

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