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In this video, the speaker introduces the book "Construção do Conhecimento na Sala de Aula" by Celso Vasconcelos. The book discusses various problems in education, their impact on students' lives, and how our brains learn. The author explores traditional teaching methods and their focus on routine and lack of student engagement. The speaker also mentions the pitfalls of trying to incorporate new technology without changing the traditional teaching approach. They discuss the importance of oral communication and the limitations of traditional lecture-style teaching. The speaker highlights the need for students to make connections and establish relationships between different pieces of knowledge in order to truly understand and learn. They also touch on the shortcomings of a curriculum that is too extensive and disconnected, leading to a rushed teaching approach and a focus on memorization instead of comprehension. The speaker concludes by mentioning some obstacles to changing the traditi Olá, tudo bem? Meu nome é Juliana Garcia, esse é o Intensivo Pedagógico. No vídeo de hoje, nós vamos conversar sobre o livro Construção do Conhecimento na Sala de Aula. Esse livro foi escrito pelo professor Celso Vasconcelos no início dos anos 90, e hoje este livro já está em sua 18ª edição. Nós escolhemos esse livro para fechar o nosso ano com chave de ouro, porque é um livro importante para todos nós, profissionais da educação. Isso porque, neste livro, o autor vai trazer diversas informações ou diversos problemas da educação, vai falar como esses problemas impactam a nossa vida, a vida dos alunos, e, por fim, ele vai trazer muitas informações de como o nosso cérebro aprende e como nós podemos utilizar práticas educativas que aproveitam esse conhecimento ou utilizam essas informações. Então, agora, como sempre, vamos direto ao assunto, a relação. Logo no início do livro, o autor vai usar a seguinte estratégia. Primeiro, ele vai trazer várias informações que demonstram para a gente como é que são as práticas anteriores aos estudos do cognitivismo ou do construtivismo. Então, ele aborda primeiro as práticas mais rígidas, mais ritualísticas, e depois ele nos mostra as práticas menos rígidas, ou aquelas onde o professor quase não atua. Sobre a educação mais rígida, que é aquela que a gente chama de ação tradicional, o autor vai trazer algumas características para a gente conseguir identificar como é que ela aparece lá na sala de aula, na nossa vida. E, observando os exemplos, você vai ver que a lógica que existe por trás dessa rotina baseada no método tradicional, ela tem um foco muito maior, ou quase exclusivamente, na rotina dentro da sala de aula. O que fazer, em que momento fazer e como concluir o que foi iniciado. A pouca conversa ou compreensão sobre o funcionamento do livro. Isso porque essa teoria é uma teoria bem antiga, ela chegou no Brasil com os padres jesuítas. Naquele momento, esses estudos não existiam. Mas eu vou trazer agora os exemplos que o autor vai mencionar no livro, e isso vai ajudar a gente a ter uma visão mais ampla, ou uma visão da totalidade desse assunto. Dentro da lógica tradicional, ou daquela aula mais comum, a rotina, ou o ritual que acontece todo dia dentro dessa aula, da aula tradicional, ela segue três passos. Primeiro, o professor explica o conteúdo, depois ele explica como as questões funcionam, e por fim, ele entrega uma lista de exercício. Assim que o aluno termina essa lista, o processo reinicia. Todo dia é igual, várias vezes durante o dia isso vai acontecer. Todas as aulas, independente do objetivo, seguem uma forma de receita, ou utiliza os mesmos ingredientes, independente de valores internos ou externos relacionados à atividade. Vou dar um exemplo bem prático. Você se matricula em um curso chamado Ou então, prática de ensino. Seu objetivo é conhecer, experimentar, entender melhor como funcionam essas novas práticas. Mas se você chega nesse conteúdo, mesmo que inovador, você vai perceber que ele não sai do ritual. Ele vai permanecer numa fala bem teórica, sem conectar nenhuma informação da sua vida àquele conteúdo. Mas a gente já vai entender melhor essa informação. Aliás, uma característica bem importante do ensino tradicional é a oratória. Mas é importante a gente saber que essa oralidade, ela não é explorada em formato de troca. Não há conversas que vão estimular meu cognitivo, e sim momentos. Primeiro momento, só o professor fala, sem ser interrompido ou questionado. No segundo momento, se o aluno lembrar qual era a sua dúvida, aí sim, ele pode falar ou pode fazer aquele questionamento. É por isso que os autores definem a escola tradicional como uma justa posição. Não há troca ou conexão entre as pessoas e entre o conteúdo. Ela funciona sempre em partes separadas. Primeiro um, depois o outro. Mas o autor não menciona só essas características que estão diretamente relacionadas à metodologia tradicional. Ele também vai falar das vezes que nós tentamos acertar, mas acabamos errando, por estar muito limitado ainda a esses ideais. Em outras palavras, ele vai mencionar todas as pegadinhas da vida que a gente pode cair. O primeiro exemplo que ele traz é quando nós utilizamos instrumentos, recursos mais modernosos, só que de uma forma bem tradicional. Que é o exemplo de eu permitir o celular dentro da sala de aula para copiar o conteúdo da lousa, ou então para digitar textos. Estou usando a lógica com o instrumento novo. É o que os autores chamam de o velho travestido de novo. Outro exemplo é tentar mudar essa oratória muito focada em uma só pessoa e dar a vez para o aluno. E aí nós podemos errar de novo. Por quê? É muito comum o professor organizar, então, seminários. O professor vai falar menos, o aluno vai falar mais. Mas a ideia de justa posição vai permanecer aqui nesse exemplo. Porque, novamente, uma pessoa fala, a outra aguarda. E só no final a abertura para participação. Durante todo o processo, a maioria da sala terá que continuar nessa postura de ouvinte somente, sem fazer maiores esforços cognitivos. Aliás, o autor mostrou uma pesquisa em que foi identificado que a exposição oral, ou aprender ouvindo, funciona para somente de 10 a 20% dos alunos da sala. O restante da turma, os outros 80% ou 90% dos alunos, terão que buscar ajuda em outros espaços. Assim, quem tem mais recursos pode procurar uma aula particular ou um reforço, mas quem não tem recurso financeiro acaba desistindo das instituições de ensino. Mas por que esses alunos, os 10 a 20%, conseguem aprender e os outros 80% não conseguem aprender? O autor vai dizer que esses alunos, esse grupo de alunos, já consegue fazer sozinho a relação que existe entre os conteúdos. Ele consegue conectar as informações na sua mente e isso permite ele aprender e compreender, mesmo que outra pessoa não contribua, não ajude ele a fazer essas conexões. Conhecer é estabelecer relações. O processo básico do conhecimento humano é a construção de representações mentais, o exercício cognitivo, que expressam as relações, as conexões que compõem o objeto, aquilo que eu estou aprendendo e todas as informações que estão interligadas. Outra prática que acontece dentro da sala de aula e que prejudica muito a aprendizagem é o que o autor chama de pedagogia do atalho. E, de novo, é um exercício que a gente erra tentando acertar. A ideia que o autor traz nesse fragmento é a seguinte, é muito comum nós recebermos uns programas curriculares, daquilo que a gente precisa trabalhar com alunos, muito extenso, ou muito desconexo, ou mesmo com conteúdos em duplicidade e precisando de uma melhor lapidação. Quando isso acontece, é muito comum que os professores façam uma revisão. Conecte, melhore os conteúdos, filtre aquilo que não faz mais sentido. Inclusive, o autor vai falar de conteúdos do terceiro ano que estariam previstos dentro de um programa de primeiro ano. O professor precisa estar atento para algumas falhas que podem acontecer. No entanto, pode ser que em determinado período, ou em determinada fase da nossa vida, a gente se pegue tentando dar conta de todo aquele conteúdo, mesmo sem verificar essas falhas que podem aparecer. E como essa quantidade de conteúdo é muito extensa, e como há a probabilidade de ter muita coisa desconectada dentro desse programa, o professor acaba tendo que acelerar, correr com o conteúdo para dar conta até o final do período. Dentro dessa lógica, é bem possível que o professor acabe se vendo obrigado a entregar as respostas mais rápido. Afinal de contas, a gente tem uma quantidade muito grande de conteúdo para dar conta. E é esse passar a resposta muito rápido, antes que o aluno tenha tempo para raciocinar, é o que o professor chama de pedagogia do atalho. Inclusive, ele vai falar que esse atalho, no início, vai deixar os alunos bem felizes. No entanto, perto da prova, eles identificam que eles não entenderam nada, ou que eles não aprenderam aquele conteúdo, e eles também vão tomar um atalho. Eles vão memorizar o conteúdo, só para fazer a avaliação. Feita essa apresentação inicial das problemáticas, que nós vamos começar a aprofundar a partir de agora, é bem possível que você tenha em mente que você já sabia de tudo isso. Isso não era novidade nenhuma para você. Então, a partir de agora, a gente vai começar a compreender porque é que tudo isso ainda acontece com a gente. O professor Celso Vasconcelos vai falar que para mudar essa realidade, é muito mais complexo do que a gente pensa, ou do que a maioria das pessoas pensam, porque há alguns obstáculos que impedem a nossa necessidade de mudança, ou a prioridade das mudanças na educação. E aí, ele utiliza algumas terminologias para explicar esse conteúdo, e eu vou começar a mostrar para você quais são essas terminologias e como ela vai aparecer na sua vida. Então, o primeiro obstáculo, ele chamou de legitimação social. Em outras palavras, a sociedade acostumou com essa escola, que é necessária para dar diplomas, ou para que eu passe de ano. Essa lógica existe há muito tempo, e para quem acredita ou defende que a função da educação é apenas essa, o modelo tradicional atende. Então, eu não preciso de mudança. B, legitimação para avaliação. Outras pessoas vão ter um foco muito grande no boletim mais bonito da família. Para essa pessoa, que tem este objetivo na educação, a educação tradicional também serve. Então, não precisa mudar. C, legitimação pela tarefa a cumprir. Os profissionais que estão focados ou trabalham há muito tempo realizando as tarefas e gostam dessa sensação, eles também conseguem ver o sentido dessa metodologia. Então, para eles, também está tudo bem continuar com o ensino tradicional dentro da sala de aula. D, baixo custo é mais barato. Exatamente. Fazer educação tradicional, que é essa com um único profissional, muitas pessoas dentro de um pequeno espaço, e utilizando pouco, quase nenhum recurso, é o caminho mais barato. Então, para os governantes, também está muito bom. Afinal de contas, melhorar a quantidade de recursos que nós utilizamos dentro da sala e diminuir a quantidade de alunos, entre outras problemáticas, envolveria maior investimento da educação. E a educação ainda não é prioridade nesse país. E, comodidade para o professor. A gente não pode esquecer que mudar, fazer mudanças, é algo que pode assustar muitas pessoas. Principalmente quem atua dentro dessa lógica ou sempre vivenciou somente esse tipo de educação. Então, é mais complexo para alguém que só estudou no ensino tradicional, na escola, na universidade, e só trabalhou com esse ensino, conhecer ou ter ideia de outras formas de educação. E, como há pouco incentivo para que o professor busque novas alternativas, sair dessa zona de conforto é cada vez mais difícil. F. Reprodução social. Também há pessoas que defendam que a escola deveria funcionar como uma espécie de treinamento, onde a criança entra logo cedo e, dependendo da família dela, uma família pobre ou uma família rica, ela aprenderia a profissão que combina com a sua família. Quem defende essa escola, que vai formar pessoas para a classe social que elas já estão, a escola tradicional é perfeita. Em outras palavras, essas pessoas não querem de forma nenhuma que as escolas mudem ou tragam novas formas mais significativas de aprendizagem. Uma outra informação que o autor também mencionou aqui é a resistência que os próprios alunos vão ter diante da mudança. Afinal de contas, eles passaram por muitos anos utilizando a mesma rotina, já é confortável para eles também receber o conteúdo todo pronto e essa rigidez que acontece nos alunos e também nos professores, o autor chama de embrutecimento. Então veja que agora a gente conseguiu ver todo o problema, toda a problemática e entender por que é tão difícil a gente entrar em consenso. Cada pessoa vê a educação como um foco, uma importância e ela vai defender o ensino tradicional ou não de acordo com o que ela pensa sobre a importância da educação. É por isso que o autor fala que para existir mudanças, a gente precisa verificar vários tópicos ou em outras palavras, nós precisamos focar em dois fatores. Então o autor vai falar em necessidades de melhoria que são objetivas relacionadas a financeiro e organização e também vai falar em melhorias que são subjetivas, que aí sim tem relação com as crenças e desejos das pessoas. Então para a gente fazer uma mudança, a gente precisa começar a pensar melhor na melhoria de alguns aspectos ou algumas situações que acontecem dentro da escola. O autor cita as seguintes situações, verificar o salário dos profissionais, instalações, equipamentos, recursos didáticos, números de aluno por classe, tempo para preparação das aulas, reunião pedagógica frequente, a formação do professor, cobrança por parte da direção, coordenação, colegas, pais e sistema educacional. Sistema educacional é o sistema mais amplo do seu estado, que vai incluir as ações dos governantes da união, os governantes do estado e em seguida os governantes da sua cidade. Então veja que esses tópicos não têm relação com a atuação do professor, elas independem do professor. Agora quando nós falamos em fatores subjetivos aí entra a nossa parte, que é verificar algumas crenças ou a lapidação de algumas ideias importantes para a gente iniciar esse movimento de mudança ou de atualização da educação. Afinal de contas, o ensino tradicional, ele chega no Brasil com os padres jesuítas em 1549, então é muito antigo. Mas vamos aos fatores subjetivos dos sujeitos professores. Formação ou melhorar a formação, valores, opção ideológica ou nossas ideias sobre a educação, vontade política ou o nosso foco em ensinar a prática social, direitos e deveres, o compromisso e concepção do processo de conhecimento, ou seja, atualizar nosso conhecimento sobre o processo de aprendizagem. Aliás, é para nos ajudar neste último item que esse livro vai trazer várias informações, então veja que pra gente fazer uma mudança, ou pelo menos pra gente entender os problemas da educação, nós precisamos compreender muitos assuntos e conseguir conectar essas informações. Mas vamos mudar de assunto, agora vamos pensar nos nossos professores, vamos identificar qual é a teoria utilizada por eles ou quais são as lógicas que os nossos professores utilizam. Isso vai nos conectar um pouco mais com esse conteúdo. Então vamos lá, o professor tradicional é aquela pessoa que está muito empenhada em fazer você ter todas as informações. Como ele quer que você tenha todas as informações, a aula dele vai ser essa, mas ligada à oralidade, com a função mais de comunicador dessa informação, ou transmissor da informação. É por isso que esse professor define a sua função como transmitir conhecimento. Já um professor que estuda novas metodologias, um professor que busca se atualizar, ele vai querer que você tenha sim a teoria, afinal de contas, se a gente não conhece a teoria, a gente cai nas pegadinhas da vida, mas ele não quer só isso, ele quer ajudar você a pensar nos problemas, verificar o que aquele conteúdo pode ou não ajudar lá na sua realidade. Ele também quer que você questione um pouco as suas certezas, reflita o assunto sobre outros focos e no final você encontre as suas próprias respostas, aquelas que fazem sentido para a sua vida, e não a atualização de um conteúdo que foi passado de forma oral. É algo muito mais profundo e que faz mais sentido para quem está participando da aula. Mas é claro que essa aula mais atualizada, ela depende de uma preparação e de um olhar global sobre a situação. Para isso, esse professor atual vai buscar entregar atividades ou fazer conversas, onde ele consiga verificar qual é a realidade que você trabalha, o que você já sabe sobre o conteúdo, para ele agir diretamente no ponto certo. Esse professor também sabe que ninguém mais aguenta estudar com exemplos que não fazem parte do mundo real, como a situação problema daquele rapaz que vai até o mercado comprar 250 bananas. Ele já descobriu que mobilizar utilizando coisas que acontecem na vida dele, como calcular a conta do mercado ou a conta de luz, gera maior interesse e mobilização nos alunos. Então, para aprender, a pessoa precisa querer, ou de forma mais precisa, deve sentir necessidade. É muito difícil você gerar necessidade na compreensão daquele tipo de problemática que não existe na vida real, ou quase não existe na vida real. Quanto maior a necessidade de conhecer, mais representações prévias são no cérebro, possibilitando, por consequência, maior número de relações. Então, se o meu cérebro tem maior interesse com situações que eu já tenho essa opinião prévia, esse conhecimento inicial, e principalmente se esse conhecimento inicial faz parte da minha vida, se eu já vivi aquilo antes, esse professor que está se atualizando, ele vai tentar ao máximo gerar o que a gente chama de aprendizagem significativa. Afinal de contas, o que está acontecendo ali na sala de aula faz sentido, ou o aluno consegue enxergar o sentido daquele estudo e daquela ação. Desenvolver uma educação significativa implica em atividades que tenham relevância para o educando e também para o educador. Vinculadas a alguma necessidade, finalidade, plano de ação do educando, quem quer agir é o aluno, trata-se de buscar o conhecimento vinculado às necessidades, interesses e problemas oriundos da realidade do educando e da realidade social mais ampla. Então, veja que se eu adoto uma linguagem oral, que eu não preciso fazer uma pesquisa prévia e nem entender o mundo dos meus alunos, a palavra transmitir conhecimento, ela faz muito sentido. No entanto, esse professor que está buscando informações, ele sabe que não é só isso, ele precisa de outras estratégias e ele está buscando as estratégias. Para esse professor, a definição transmissor do conhecimento não faz muito sentido, porque não é só isso. É por isso que o Celso Vasconcelos vai trazer várias definições e eu vou mostrar para você algumas formas como esse autor chama os professores. Ele é a pessoa que ajuda na mediação do aluno, conhecimento e realidade. Possibilita o compreender, o usufruir ou transformar a realidade. Veja que a palavra realidade aparece muitas vezes e o que nós temos que ter em mente é a mesma ideia de utilizar o conhecimento para resolver problemas reais da minha vida e não só para resolver questões que não fazem nenhum sentido. O professor ajuda o aluno educando a tomar consciência das necessidades e problemas que ele vai enfrentar. O professor faz pensar e propicia a reflexão crítica e coletiva em sala de aula. Mas não é só isso, o autor ainda traz outras duas definições que eu vou te mostrar o fragmento completo, porque elas são importantes. O educador, enquanto articulador do processo de aprendizagem, é aquele que conecta várias informações dentro de um processo. Deverá ser no sentido de conhecer a realidade com a qual vai trabalhar. Ele conhece os alunos, conhece a escola, conhece a comunidade. Além, é claro, do imprescindível conhecimento do objeto de estudo. Ele é uma pessoa que estuda a construção do conhecimento e da realidade mais ampla que todo educador deve ter. Para isso, de início, o professor tem que aprender com seus alunos. E aqui a gente precisa esclarecer esse termo. Quando o autor fala em aprendermos com os alunos, isso não significa que nós vamos inverter o papel. Essa contribuição que o aluno vai trazer para nós é justamente compreender melhor como funciona o cérebro, por exemplo. Então, ao relatar o que ele está vivenciando ou visualizando, eu vou retirando informações que vai me ajudando a compreender melhor a teoria. O aluno também vai contribuir com a minha informação quando ele explica melhor ou dá exemplos práticos da vida dele, que podem ser muito diferentes da minha realidade. Então, sem a ajuda dele, eu jamais conseguiria ver o todo, entender toda a complexidade daquele local onde eu estou trabalhando e das pessoas com quais eu estou convivendo todos os dias. Então, é mais ou menos aquela ideia de que nós aprendemos o tempo todo com todas as pessoas que passam pela nossa vida. Essas pessoas podem ser adultos ou crianças. Nós estamos sempre aprendendo. Mas, vamos para a próxima citação. O professor, como coordenador do trabalho, de novo, a ideia de uma pessoa que conecta e relaciona várias informações, na medida em que sabe o que busca, tem a tarefa de desencadear, de provocar inicialmente esse processo. Uma vez iniciado, iniciado o processo de aprendizagem, todos são responsáveis por ele, havendo contínuas interações, retroalimentações. A ideia é a seguinte, se eu inicio a aula de uma forma tradicional, eu inicio o conteúdo apenas fazendo as informações, comunicando e aguardando que o cérebro da criança ou do adulto desperte sozinho, que ele conecte-se à informação ou ao conteúdo. Mas, quando eu estudo o funcionamento do cérebro, eu vou utilizar algumas provocações para despertar esse cérebro, a pessoa ficar atenta e aí sim, eu inicio a minha atividade. Nessa forma de atuar, a probabilidade das pessoas estarem mais conectadas com a minha fala, ela aumenta, mas a gente já volta a esse conteúdo. Após verificarmos tudo isso e entendermos qual é o olhar do Celso Vasconcelos para nós, professores, como ele entende a complexidade do nosso trabalho, é muito importante eu falar para você que nós sabemos que muitas pessoas não conseguem nos enxergar assim, ou não acham importante a nossa atuação, e pode ser até que alguma pessoa que está assistindo esse vídeo, não concorde com essa visão do professor, ou não acredite que a nossa atuação é tão complexa ou tão importante. É por isso que agora eu vou começar a apresentar para você vários aspectos que nós vamos utilizar, ou estratégias que nós vamos utilizar dentro da sala de aula, que vai mostrar o quanto a educação é uma ciência complexa, que envolve vários elementos. Afinal de contas, o ser humano é complexo, e o nosso trabalho é fazer essa interação entre os seres humanos e o conhecimento. Mas vamos parar de falar e vamos direto ao assunto. Então esse professor que está se atualizando, antes de iniciar o seu trabalho dentro da sala de aula, quando ele está escolhendo os conteúdos, ou mesmo as estratégias, ele tem algumas ideias em mente, ou alguns filtros que ele vai utilizar para identificar a relevância daquele conteúdo. Lembrando que nós vamos seguir uma ordem, mas não há o primeiro, o segundo, o terceiro. Em resumo, nós verificamos todos esses conforme nós vamos analisando aquele conteúdo durante o nosso planejamento. Então, Celso Vasconcelos vai falar que nós procuramos conteúdos significativos, que são aqueles conectados às reais necessidades do aluno, e que têm relação com as vivências, com as memórias deles. O autor vai falar representações mentais prévias. O professor também vai verificar se o conteúdo é crítico, ou seja, se ajuda a explicar, se ele traz mais informações, se ajuda a explicar os problemas que ele está vivendo. O conteúdo também é criativo, e o criativo aqui significa criar, de criação. É um conteúdo que pode ser usado em várias situações da vida do aluno, ele vai poder utilizar aquilo com frequência, ou é algo que vai acontecer um momento, ou nem vai acontecer dentro da vida dele. E o último, ele fala em duradouro. O conteúdo duradouro é algo que vai permanecer com o aluno, que é ensinado no momento certo, da forma certa, e que fixa-se junto aos seus conhecimentos, ajudando ele pelo resto da vida. E é muito importante, se você está estudando para ganhar concursos, perceber a diferença entre criativo, que é aquilo que eu transfiro para minha realidade, e o duradouro, que tem a ideia daquele conteúdo que acaba fazendo parte da nossa vida, e que vai me ajudar a interferir na realidade, não somente hoje, mas em várias situações que eu vou viver. Então, eu escolhi os meus conteúdos prestando atenção nisso. Eu vou utilizar essa ferramenta naquele momento lá, de fazer o filtro, verificar qual conteúdo conecta, ou não se conecta, o que não faz sentido, e o que é supérfluo, porque pode sim vir algo supérfluo dentro daquela programação. Então, eu faço essa análise utilizando essas informações. Mas quando eu estou na sala de aula, ou quando estou me preparando para entrar em sala de aula, eu vou pensar também em três momentos, que o autor chamou de mobilização do conhecimento, construção do conhecimento, e elaboração e expressão da síntese do conhecimento. Na prática, como é que isso vai acontecer lá na sala de aula? Primeiro, nós sabemos que é muito difícil alguém que não está interessado, que não está atento, iniciar um processo cognitivo, ou raciocinar durante o processo de aprendizagem. É por isso que o primeiro momento, o autor vai chamar de mobilização do conhecimento. Mobilização é um termo que o autor utiliza no lugar de motivação. Então, a gente vai ter motivos para estudar. Mas por que ele não utiliza o nome motivação, e sim mobilização? Ele vai explicar que muitas pessoas acreditam que a motivação pode ser só interna, ou seja, depende só de você querer estudar o conteúdo. Enquanto isso, outras pessoas vão achar que a motivação depende de uma pessoa externa, um professor que fique te motivando durante todo o processo. Então, o professor vai falar que, além dessa mobilização e dessas características do próprio sujeito, as minhas características, ainda precisamos de alguns elementos para que essa mobilização aconteça dentro da sala de aula, para que eu esteja disposta a participar do processo de construção do conhecimento, do meu conhecimento. Ele vai citar o assunto a ser tratado é importante para minha mobilização, o assunto precisa ser importante, interessante, ter uma realidade, por exemplo. B, a forma como o trabalho é feito. Em outras palavras, se eu não aprendo somente ouvindo o conteúdo, é muito difícil manter a minha atenção por muito tempo. Outras estratégias e outros documentos fariam com que eu conseguisse manter a atenção por mais tempo. C, relações interpessoais, professor-aluno, aluno-aluno. E aqui aquela velha história, se você não gosta do seu professor, é muito difícil você conseguir manter a atenção nele por muito tempo. Ou então, se você até gosta do seu professor, mas o restante da turma não é respeitoso com você, você também não consegue se manter motivado ou mobilizado. A mobilização é um complexo e dinâmico processo de interações entre sujeitos, professor-aluno, aluno-professor, aluno-aluno. Os objetos de conhecimento, quais são os temas, e o contexto em que se serem a sala de aula, escola, comunidade, realidade em geral. Mas, de novo, nós não podemos cair na pegadinha da vida e achar que só a motivação é suficiente para fazer o aluno permanecer o tempo todo mobilizado para o conhecimento. É preciso também que eu conheça estratégias de como o cérebro dele funciona. Então, esse segundo momento, onde o nosso foco vai ser a construção do conhecimento ou como o cérebro da pessoa funciona, o professor vai utilizar exatamente esse nome para definir. Construção do conhecimento, que, aliás, é nome do livro. Para falar sobre tudo isso, o professor vai trazer várias dicas que foram inspiradas na teoria trazidas por Piaget, Vigotti, Vallon e outros professores. Eu vou deixar aqui o conteúdo caso você queira complementar esse vídeo em um outro momento. Hoje, eu vou citar bem rapidamente algumas informações que esse autor trouxe para a gente. Como, por exemplo, durante a organização da sala, eu sei que os alunos não são um aluno ideal, eles não são robozinhos, cada um funciona do jeito. Por isso, eu vou tentar estar preparada para atuar com pessoas em níveis diferentes de desenvolvimento ou estágios diferentes de desenvolvimento. Eu também sei que o ser humano tem uma parte biológica, ele precisa desse desenvolvimento biológico, mas só o biológico não é suficiente. Nós precisamos entrar em contato com outras pessoas, enxergar o conteúdo com outros olhares, ou seja, fazer algumas interações. Ter a possibilidade de aprender pelo exemplo, verificando como é que outra pessoa faz, para mim também tentar fazer. E para finalizar, ele vai falar sobre a importância da linguagem, e eu vou deixar aqui também a indicação de um outro vídeo, para você ampliar essa discussão. Sabe quando acontece um problema bem grande na sua vida, que você não vê solução e que automaticamente, sem prestar atenção, você começa a conversar sozinho? Então, isso acontece, porque segundo Vygotsky, a linguagem organiza os pensamentos. Então, o aluno, quando encontra algum problema, é muito comum que ele queira conversar, ou sozinho ou com os colegas. O ensino tradicional vai impedir a conversa em qualquer hipótese, não pode de jeito nenhum. Mas o professor mais atual, ele vai organizar momentos de aprendizagem, em que os alunos possam trocar opiniões ou pedir ajuda, para que o cérebro vá organizando a informação e conectando a informação ao mesmo tempo. E por fim, chega no último momento, depois que eu passei por todo o processo de aprendizagem. Para mim, verificar se o aluno aprendeu, ou verificar se eu consegui aprender o conteúdo, existe uma forma bem simples, que é perguntar ao aluno o que ele entendeu sobre o conteúdo, ou o que eu entendi sobre o conteúdo, como que eu cheguei a essas conclusões, por que que eu penso dessa forma, ou por que que eu concordo ou discordo desse argumento. E essa possibilidade, tanto de expressar quais são os meus pensamentos, e também explorar essa lógica, criar essa lógica, que confirma, ou não, que eu consegui compreender o assunto. E aqui, de novo, uma diferença com a educação tradicional. A educação tradicional, quer saber se você memorizou a resposta. E se você disser exatamente os mesmos termos que o professor utilizou, você aprendeu e vai passar de ano. Mas essa aprendizagem, ela é mais ligada a entender se você compreendeu de fato, se o seu cérebro conseguiu relacionar as informações, para que esse conteúdo fique por mais tempo dentro da sua memória. Pela manifestação exterior do aluno, o educador pode compreender o que ele sabe, como sabe. O professor não pode ficar só preso ao que o aluno fala, deve ver o caminho que faz para chegar lá. Dominando o caminho, pode compreender melhor a forma de pensamento do aluno, e, portanto, aprender com ele. O próximo assunto que a gente vai abordar é a problematização. É esse o que o autor utiliza. E como isso funciona na nossa prática? A gente já viu que o professor vai fazer um processo inicial chamado de mobilização, que é ativar os interesses e também as memórias iniciais sobre aquele conteúdo, para o aluno ter uma base onde ele vai conectar as informações. O autor Brunner falava ancorar o conhecimento. Eu pego aquela experiência e conecto, relaciono, ancoro as novas informações. A problematização, ou as perguntas, elas são uma ótima forma do aluno ir lá buscar na memória, ou no cérebro dele, a explicação que ele consegue trazer naquele momento. Mas a gente não pode se restringir à ideia de problematização como criar situações problemas. Existem várias formas da gente acessar esse conhecimento inicial, esse conhecimento prévio. Aliás, vou indicar mais um sem linguagens da criança. Lá vão ter exemplos maiores do que esse que eu vou dar agora. Existe uma aula bem comum, ou bem tradicional na escola, que é ensinar as partes das plantas. O professor tradicional vai fazer aquele ritual. Entrega o papel, explica como resolve e deixa a criança fazer sozinha. O professor atualizado, ele vai seguir uma outra lógica. Então, por exemplo, eu posso pedir primeiro para a criança desenhar uma árvore do jeito que ela se recorda, ou fazer uma maquete de uma árvore do jeito que ela se recorda. Veja que nesse momento, estou fazendo a criança resgatar dentro da sua memória, ou do seu cérebro, todas essas lembranças. Em seguida, para ampliar, ou para confirmar aquilo que a criança sabe, ou não, nós vamos lá no jardim, para a criança poder tocar na árvore, verificar a árvore, e já de início, mudar algumas ideias, ou revisar algumas certezas que ela tinha antes do processo. Mas não para por aí. Eu também posso fazer diversas perguntas nesse momento, identificando e trazendo novas informações que os alunos vão conectar. Por exemplo, se eu cortar essa parte da árvore, vai nascer ou não vai nascer uma nova planta a partir daí? E se o corte for feito na raiz? Entre outros exemplos que nos levariam a outros assuntos relacionados a esse assunto inicial, a esse conhecimento prévio. Então, perceba que se meu objetivo é problematizar, despertar essa mobilização para iniciar a construção do conhecimento, e que essa construção toda tenha a ver com a realidade, com aquilo que faz sentido, eu não preciso, e eu não devo, ficar só trancada dentro da sala de aula. Eu posso ir ao jardim, nós podemos ir na biblioteca, dar uma volta na quadra, ir em qualquer outro espaço onde a realidade aconteça. Então, veja que esse tipo de aprendizagem, ele usa estratégias de verificação, identificação, criação de hipóteses, muito parecido com uma investigação científica ou uma pesquisa. E essa é uma ideia muito defendida pelo Vasconcelos. Se a sua aula lembrar momentos de investigação e busca de conhecimento, você está no caminho certo. Mas eu quero mostrar para você um outro exemplo prático, para a gente testar mais uma vez essa teoria. O professor vai falar que quando nós vamos escolher e criar os momentos de aprendizagem, nós temos sempre que ter a preocupação se aquele conteúdo, a forma do conteúdo, ela está ligada à realidade do aluno. Isso não significa que eu vou simplificar o conteúdo, mas que eu vou utilizar as estratégias certas, até que o aluno esteja preparado para utilizar o conceito mais global. Mas vamos fazer uma simulação. Imagine que você chegou na prova hoje e existe a seguinte pergunta. Qual é a sua crítica sobre a dicotomia entre a teoria e a prática educativa e a dificuldade da aplicação de conceito nas instituições educacionais? Se a linguagem acadêmica faz parte da sua vida, eu tenho certeza que você entendeu exatamente o que eu falei e já pode começar a escrever a sua dissertação agora mesmo. Mas se a linguagem científica não faz parte da sua vida, você demoraria alguns minutos para traduzir tudo o que foi dito aqui. Mas o meu papel aqui é que você chegue às suas próprias conclusões de uma forma mais rápida. E aí depois você vai sim conhecer essa linguagem mais teórica. Mas o primeiro foco é para que seu cérebro consiga ter essa conexão inicial de uma forma mais assertiva. Então agora, voltando ao mesmo exemplo, eu quero te mostrar como é que eu escreveria num primeiro momento essa mesma questão. Na sua opinião, a falta de conexão entre a teoria e a prática torna mais difícil a aplicação desses estudos na escola? A informação que eu quero ao utilizar essas duas perguntas ela é a mesma. Se você consegue relacionar teoria e prática e se você visualiza aquilo dentro da escola ou não. Formular um problema orienta no sentido de procurar respostas, faz pensar sobre a questão, direciona a reflexão. Quando problematizamos o aluno, estamos estimulando sua atividade criativa, já que tem que elaborar hipóteses, explicações, modelos, esquemas, imagens, diferente de se dar tudo pronto. A produção do conhecimento é resultado da ação do homem por sentir-se problematizado, ter uma dúvida, ficar inquieto. Desafiado pela natureza e pela sociedade na produção e reprodução da existência. Na origem do conhecimento está colocado um problema oriundo de uma necessidade. Também é importante nós sabermos que durante os diálogos, todos os diálogos, a gente vai ter o que o autor chama de contradição, que é exatamente aquele momento onde o seu cérebro identifica uma divergência entre o que você sabia até esse momento e essa nova informação. Então vai acontecer uma espécie de pane dentro do seu cérebro. Mas essa tela azul, ou essa pane, ela não é negativa, pelo contrário, ela é super positiva. A partir do momento que alguma coisa chegou ao meu cérebro e eu não consigo relacionar, a probabilidade de eu tentar verificar uma nova informação, ela é maior. Claro, se eu não for uma pessoa muito teimosa, eu vou querer sim ouvir essa nova explicação. E aí o que acontece nesse momento é que se eu for uma pessoa aberta aos novos conhecimentos, ou mesmo curiosa, eu vou complementar aquela informação, ou modificar aquela informação inicial que eu já tinha. Aquela explicação que eu tenho, que é sexual, ela vai ter ainda mais detalhes. Mas, por diversos motivos, eu também posso rejeitar ou não querer aceitar uma nova informação. E aí acontecerá o que o autor chama de negação. E é por saber a importância dessa pane que o autor vai falar que é sim, em função do professor, pensar em momentos ou em perguntas que criam essa desestabilização, ou desequilibração, como o Piaget chamava. Mas é importante a gente saber que essa pane, ela precisa ser feita da forma certa, no tempo certo e também com o objetivo certo. O meu objetivo não é desestabilizar as pessoas a todo momento e nem ser desrespeitosa, mas sim criar aquela pulga atrás da orelha em que as velhas certezas deixam de ser tão certezas assim. Pela problematização, o educador procura estabelecer a contradição com o conhecimento parcial, limitado e equivocado que o aluno traz, possibilitando a superação desse estágio de conhecimento. A problematização é uma forma de acelerar o processo do conhecimento. Poderia demorar muito até que o sujeito se colocasse em determinadas questões para buscar as respostas. À medida que o professor provoca, ganha-se tempo. A contradição que o professor vai procurar estabelecer deve ser um caráter histórico genético. Preste atenção nesse termo, ou seja, não deve ser uma mera contradição formal, oposição por oposição, ou um joguinho de possibilidades lógicas. Deve ser histórica, isso é, relacionado aos aspectos concretos da realidade, da vida do aluno. E ao mesmo tempo genética, no sentido de recuperar a gênese e o desenvolvimento da contradição, de maneira que o aluno possa entrar nesse movimento. Um movimento cognitivo, de pensamento. Lembre-se que a função do professor é também fazer o aluno pensar. É por isso que o autor vai falar que a educação acontece em um movimento, ou em momentos. Primeira vez que eu entro em contato com um conteúdo, eu tenho as minhas informações iniciais, que podem ser muito superficiais, ou estarem conectadas, ou não fazer muito sentido. Mas eu tenho essa informação inicial. Essa primeira parte, o autor chama de síncrese. E lembre-se da palavra sincretismo, de várias informações que estão um pouco dispersas, ou que eu nunca conectei anteriormente. Quando eu chego a esse ponto, eu vou passar para a segunda situação. Eu vou começar a analisar, a pensar naquilo que foi dito, e o que eu já sei sobre o assunto, pesquisar no YouTube pra verificar um outro ponto de vista. Esse momento, que é um processo, o autor chama de análise. Então fica fácil. Primeiro tudo está meio bagunçado, depois eu começo a analisar. Em algum momento durante esse período de análise, ou ao mesmo tempo do período de análise, eu chego a uma síntese, ou um resumo da história. Eu consigo lembrar-me de qual era a minha concepção anterior, o que foi adicionado durante esse processo, e qual é a minha nova compreensão da realidade. No que aquilo me ajudou, ou não. Mas vamos ver qual é a definição que o autor traz sobre esse movimento. Ou seja, a síntese corresponde à visão global, indeterminada, confusa, fragmentada da realidade. A análise consiste no desdobramento da realidade em seus elementos, a parte como um todo. E a síntese é o resultado da integração de todos os conhecimentos parciais num todo orgânico e lógico, resultando em novas formas de ação. Ou seja, no final desse processo, eu tenho novas explicações, e a próxima vez que a realidade exigir de mim esse conhecimento, eu já tenho novas formas de lidar com ele. Eu também quero te mostrar um outro quadro que o autor vai trazer pra gente, pra deixar um pouco mais claro, pra nós visualizarmos como é que um processo de aprendizagem pode ocorrer, ou ocorre. Segundo ele, quando nós entramos em contato com um novo conhecimento, ou estamos em um curso, primeiro nós estaremos num momento que ele chama de dispersão. A nossa falta de ação, ou não estamos conectando as informações ainda neste momento. Em seguida, a gente tem o contato com o objeto. Quando eu me conecto a essa situação, que é real e faz parte da minha vida, ao mesmo tempo, cria-se em mim uma necessidade de explicação ontológica, que é uma explicação do ser humano, do ser. A minha explicação. Essa necessidade vai gerar uma maior atenção em mim. Eu vou entrar naquele movimento de contradição, tentando encaixar as peças do quebra-cabeça. E há a possibilidade desse movimento gerar em mim uma nova necessidade, a necessidade de compreender mais sobre o assunto, que o autor vai falar, em necessidade epistemológica. E aí, nesse exercício, eu faço novas relações, eu conecto novas informações, e por fim, eu terei aprendido uma nova informação, um novo conteúdo, de uma forma mais prática, relacionada à minha realidade, e por isso, de uma forma mais significativa. Então, faça esse exercício quando você estiver estudando algum conteúdo. Por que é que ele não está fazendo sentido? Ou por que ele não está gerando necessidade em você, nesse momento? Será que só passar na prova do concurso, ou na prova do vestibular, é motivação suficiente para o meu cérebro ficar atento àquele conteúdo? Então, vamos começar a fechar esse conteúdo. Como você deve ter percebido, o autor busca essa integração e interação, tanto cognitiva, quanto entre as pessoas. Ele também tem uma perspectiva de totalidade. A gente precisa não só aprender respostas, mas conseguir conectar o conteúdo à nossa vida, ou seja, relacionar teoria e prática. A gente precisa também visualizar o todo. Por isso, o autor usa a definição de educação na perspectiva da totalidade. O professor também valoriza o planejamento. Afinal de contas, tudo isso que eu estou falando para você, e toda a ação dentro da sala de aula, se ela ocorre de forma espontânea, não dá tempo de a gente pensar em todos esses elementos. Eu tenho que pensar muito tempo antes. Aliás, o professor tem um livro só sobre planejamento, entre outras temáticas. Se você quiser que eu traga outro livro, deixe um comentário sobre o livro que é mais importante para você. Também quero te mostrar, bem brevemente, como é que o autor visualiza uma aula que tem um início, um meio e um fim, e muitos outros passos. Afinal de contas, o mundo é complexo, o ser humano também é complexo. Então, vamos visualizar rapidamente esse quadro. Para o autor, então, primeiro acontece a apresentação sincrética do objeto de estudo. A apresentação sincrética, lembre-se do sincretismo, do sincrético, aquilo que eu sei sem conectar muito a informação. No segundo momento, eu faço uma expressão das representações prévias, aquilo que eu já sei. Depois eu vou para a problematização, fornecimento de subsídios, onde o professor vai trazer para mim várias informações, dados e conhecimentos. Aí eu parto para a elaboração das minhas hipóteses e expressão, também, dessas hipóteses, para, em seguida, confrontar as minhas hipóteses e fazer esse movimento cognitivo de validação do que eu sei e dos novos conhecimentos, para, então, superar essas hipóteses, aumentar a significação daquilo, compreender mais informações e, no fim, apresentar uma síntese. Para que eu consiga fazer esse tipo de atividade ou para que eu consiga ampliar a minha atuação, a minha prática, levando essas informações para a minha vida, para a minha teoria, é preciso que aconteça dois movimentos dentro de nós, professores. O primeiro é que eu pare de focar no como ensinar e tenha como princípio inicial o entendimento de como aquele cérebro está funcionando naquele momento. E aí, sim, quando eu já entendo o que está acontecendo, eu escolho o como ou o que eu vou ensinar. Mas o meu foco é, primeiro, entender como é que o cérebro funciona. E a segunda informação é que nós precisamos ver o sentido das coisas, enxergar os motivos em tudo que a gente ensina e por que aquilo é importante para a vida do aluno e para a minha vida também. Se eu não vejo sentido no que eu faço, é muito difícil que uma outra pessoa também veja esse mesmo sentido. Para você que me assistiu até agora, primeiro, eu quero agradecer muito o seu apoio.