black friday sale

Big christmas sale

Premium Access 35% OFF

Home Page
cover of Piaget_Obra_Prof_USP
Piaget_Obra_Prof_USP

Piaget_Obra_Prof_USP

Marcelo B Santiago

0 followers

00:00-25:50

Nothing to say, yet

Voice Overspeechmusicelectric pianomusical instrumentpiano

Audio hosting, extended storage and much more

AI Mastering

Transcription

In this video, the speaker discusses the similarities between the theories of Piaget and Godt regarding socialization and the development of intelligence. Piaget's stages of development, such as the sensorimotor stage for babies and the pre-operational stage for young children, are explained. The importance of meaningful and cooperative social exchanges is emphasized, and the difference between coercion and cooperation in interpersonal relationships is discussed. The author also explores the development of morality and ethics through the use of rules and stages. Olá! Tudo bem? Meu nome é Juliana Garcia e esse é o Intensivo Pedagógico. Hoje nós conversaremos novamente sobre a Geva e Godt que valam teorias psicogenéticas em discussão. No vídeo de hoje abordaremos todos os conceitos que foram trazidos pelo autor Yves de la Taille e o foco, assim como no vídeo anterior, é falar sobre a construção da inteligência e também sobre a afetividade, só que agora pela ótica do Piaget. É muito comum nós encontrarmos textos ou mesmo vídeos que vão falar sobre Piaget e Godt como se as duas teorias fossem percorridas por caminhos muito diferentes. A novidade desse livro é justamente mostrar o que é igual, o que é similar e até complementar. E a primeira similaridade que nós vamos conversar hoje é sobre as trocas sociais, sobre as relações ou sobre a socialização em Piaget. Não se pode negar que desde o nascimento o desenvolvimento intelectual é simultaneamente obra da sociedade e do indivíduo. Dentro da nossa construção do conhecimento e do nosso desenvolvimento como seres humanos, nós começamos uma jornada que inicia-se com o nosso nascimento e vai até a adolescência, segundo Piaget. Como ele é muito metódico, ele vai organizando por faixa etária cada acontecimento que vai acontecer com cada um de nós. No caso da primeira faixa etária que ele definiu é a que acontece com os bebês, de 0 a 2 anos e ele vai nomear esse período da nossa história de estágio sensório-motor. Sensório porque é nele que nós estamos aprendendo ou descobrindo todas as sensações e motor porque é nesse estágio que nós vamos aprender os movimentos, engatinhar, andar, tocar, descobrir tudo que está ao nosso redor. Primeiro que ele não acredita que haja socialização antes da linguagem e nesse momento a gente ainda está aprendendo a falar. É por isso que aqui ele considera abusivo falar em real socialização da inteligência. Essa é essencialmente individual, pouco ou nada, devendo às trocas sociais. Essa frase pode parecer estranha no contexto da sociedade atual em que as crianças estão presentes em diversos momentos do que nós chamamos de socialização, mas aqui está a pegadinha. É muito importante a gente entender o que é socialização para o Piaget e socialização para ele não é aglomerar, por exemplo, e sim fazer trocas significativas, coerentes e cooperativas de pensamentos, ideias e informações. É entrar em contato com você, passar todas as minhas opiniões e ideias e ouvir as suas ideias, mesmo que a gente pense muito diferente. E lembre que essa conversa, essa troca, essa socialização será feita sempre com muito respeito. O segundo estágio, que são das crianças pequenas, que ocorre dos dois aos sete anos, o autor vai chamar de pré-operatório, que é um pré-evento, algo que antecipa ou que garantia um desenvolvimento maior. Aqui já aparece a linguagem, então automaticamente também começa a socialização, mas não é uma socialização efetiva da inteligência. Existem alguns fatores que podem impossibilitar essa socialização da inteligência. O primeiro deles é o pensamento egocêntrico, que é um padrão muito recorrente em crianças pequenas, que é mesmo a ideia de eu estar no centro do mundo. O segundo fator que pode impossibilitar essa socialização da inteligência é a incapacidade de aderir a uma escala comum de referência, condição que é necessário verdadeiro diálogo. Se eu não tenho referência, se eu não tenho repertório, se eu não tenho informações para manter um diálogo, para manter uma troca, isso também vai dificultar, vai impossibilitar. Então esses fatores dificultam essa socialização. O autor também vai falar em uma incoerência que acontece nesse período, ou seja, em um momento ela pode utilizar um argumento e logo em seguida ela retoma um outro ponto de vista ou ela mesmo contraria sua informação. O autor também vai falar sobre operações mentais que ocorrem nesse momento. E o ponto-chave, ou o que ele destaca nesse texto, é a reversibilidade, ou seja, a capacidade de pensar simultaneamente o estado inicial e o estado final de alguma transformação efetuada sobre os objetos. O próximo estágio, o terceiro estágio, é o que acontece com as crianças um pouco maiores, elas vão do 7 aos 11 anos, que é o estágio concreto finalmente. O autor vai defender que todo o desenvolvimento cognitivo, o raciocínio desse período, permitem à inteligência chegar à coerência, à objetividade, mas tanto a busca do conhecimento quanto da coerência não representam necessidades que se poderiam atribuir a um indivíduo isolado, são antes de mais nada necessidades decorrentes da vida social. Então nesse momento a criança ainda faz escolhas e também age no seu meio a partir de necessidades, a partir de fatos concretos daquilo que está acontecendo na sua vida. O que ele vai falar aqui? Que a socialização aqui ela já ocorre, mas ainda ela continua sendo precária. E nesse momento o foco do livro vai se recair sobre as relações, as trocas interpessoais, que o Piaget vai chamar de interindividuais, entre os indivíduos. Então esse início de socialização, que é uma socialização da inteligência, porque primeiro eu me desenvolvo biologicamente e depois eu expresso por meio da linguagem externamente, para fazer as trocas com as pessoas que estão ao meu redor, elas podem ocorrer de duas formas. E dependendo da forma que eu escolher fazer essa troca com a criança, por exemplo, eu terei dois tipos de resultados diferentes. E é sobre isso que a gente vai começar a conversar agora. O primeiro modelo, a primeira forma de fazer essa relação interindividual é pela coação. Ou conhecido, eu falo e você ouve, eu mando e você obedece. Segundo o autor, esse tipo de relacionamento, esse tipo de troca, na verdade de troca não tem nada. Ou seja, ele vai falar que existe um baixo nível de socialização, afinal de contas eu falo e eu imponho, e você não pode conversar, ou você não pode ter opinião própria. Ele também vai falar que não vai possibilitar, ou vai impossibilitar as construções mentais, ou operações mentais. Isso porque se você só pode fazer o que eu defini, o que eu pensei, não será exigido de você nenhuma reflexão. Em outras palavras, eu impossibilito que você desenvolva o seu raciocínio, eu impeço que você aprenda a refletir sobre os assuntos. O autor vai falar aqui que o respeito, ele é unilateral, ou seja, você precisa me respeitar, mas eu não preciso te respeitar. O outro modelo, a outra forma de eu atuar com as crianças ou com as pessoas é por meio da cooperação. Isso porque ele vai defender não a assimetria, a diferença nas comunicações ou no diálogo, na socialização, e sim a assimetria. Ele vai falar em controle mútuo de argumentos, todas as pessoas devem contribuir, devem participar da argumentação para que todas as pessoas possam desenvolver essa habilidade. E é por isso também que ele vai falar que na cooperação, aí sim, nós vamos ter um alto nível de socialização, um nível de troca muito significativo da inteligência, dos conhecimentos, das construções lógicas. Além disso, ele vai falar que a cooperação não é algo prático, parado, ou o que eu disse está dito. A cooperação, ao contrário, ela é móvel, formal e não material. Quando eu discuto e procuro sinceramente compreender outrem, comprometo-me não somente a não me contradizer, a não jogar com as palavras, mas ainda me comprometo a entrar numa série indefinida de pontos de vista que não são os meus. Mas também é importante a gente saber que, apesar dele relatar a diferença entre coação e cooperação, o autor não vai ser totalmente contrário à coação. Ele vai dizer que ela é natural nos primeiros anos da criança. Ele cita que é uma fase muito importante, essencial da formação da criança. No entanto, se nós continuarmos somente na coação, esse desenvolvimento cognitivo, esse desenvolvimento do pensamento, da inteligência, ela não vai ocorrer. Aliás, é aqui que existe uma diferença entre o Piaget e o Durkheim, que é um ator que o Piaget vai utilizar bastante em sua teoria. O Durkheim, ele vai defender sempre a coação, em qualquer momento, a imposição. E o Piaget vai utilizar exatamente essa ideia, de que é importante, sim, nessa fase inicial da vida, mas ela não é suficiente para ajudar a criança a desenvolver todas as suas capacidades, toda a sua inteligência. O autor também vai dizer que algumas coisas podem ser configuradas como coação, mas isso vai ocorrer da seguinte maneira. Se eu sigo a tradição cegamente, sem refletir, sem verificar se aquilo faz sentido nos dias de hoje e, principalmente, se eu faço todos os ritos de uma tradição sem refletir, porque, afinal de contas, as coisas sempre foram assim. Aliás, você costuma repetir muito essa frase? Então, é bem importante eu mencionar que a cooperação, ela não é algo inata e ela não está relacionada com a minha inteligência. Eu posso compreender, saber que a cooperação existe, mas decidir não ser uma pessoa cooperativa, ser uma pessoa autoritária ou mesmo tirana. Podemos, perfeitamente, conceber que alguém com todas as condições intelectuais para ser cooperativo, resolva não ser, porque o poder da coação lhe interessa de alguma forma. Esses dois conhecimentos, a coação e a cooperação, ele é um fundamento bastante importante para a gente entrar nesse assunto que a gente vai entrar agora, que é o desenvolvimento da moral ou da ética. Segundo Piaget, toda moral consiste num sistema de regras e a essência de toda moralidade deve ser procurada no respeito que o indivíduo adquire por tais regras. A utilização do jogo de regras é importante porque o autor vai utilizar exatamente jogos de regras para elaborar essa sua teoria. Aqui o autor também vai utilizar a ideia de estágios, de momentos, de fases, mas os momentos de agora são diferentes ou a faixa etária é diferente. Em outras palavras, ele vai dividir em três momentos esse desenvolvimento em cada um de nós desse conhecimento ou desse comportamento moral e ético. A primeira fase ocorre do zero aos seis anos, da criança pequena. Aqui o autor vai falar que não existe regras ainda, a gente não segue uma ordem, a gente não segue um conceito moral. É por isso que o nome que ele decidiu colocar nesse período é anomia, a de negação, não, anomia de regra. O autor até vai mencionar que as crianças podem participar nesse período de jogos coletivos, no entanto o comportamento aqui ele não está relacionado ainda com socialização e nem com observação de regras e também combinados. E o brinco do zero aos seis anos é ainda muito centrado em mim mesmo. A segunda fase para o autor ela vai ocorrer entre 9 e 10 anos em média e ele vai chamar de heteronomia. A ideia aqui é que eu vou começar a entender os jogos, também vou entender que as coisas possuem regras, mas as regras nunca serão as minhas, eu seguirei somente a regra de outras pessoas. E também aqui uma inflexibilidade do pensamento. As crianças elas não vão aceitar uma flexibilidade da regra ou mesmo uma conversa em que a gente possa determinar outras fases ou outras flexibilizações do jogo. Isso porque para ele a tradição ou que foi decidido é imutável, é sagrado e eu não posso ser o legislador, eu não posso alterar as regras do jogo. Lembre-se da frase, sempre foi assim. Vale dizer que a criança dessa fase não concebe tais regras como um contrato firmado entre jogadores, mas sim como algo sagrado e imutável, pois imposto pela tradição. E a fortiori não concebe a si mesmo como possível legisladora, ou seja, como possível legisladora de regras que possam ser por mútuo acordo legitimadas coletivamente. Uma informação muito importante quando a gente fala sobre o desenvolvimento da moral segundo Piaget é que o autor definiu as faixas etárias. Então do 0 a 6 anos, aqui nós estamos falando de 9 a 10 anos, e a última faixa etária a gente chegaria à autonomia, que é o pensamento mais diretamente relacionado à forma de enxergar do adulto. No entanto o autor vai mencionar que o pensamento autônomo, ou essa pessoa que vai conseguir pensar em regras próprias, ela é rara. É muito comum nós nos percebermos como pessoas dentro da heteronomia moral, ou percebermos que as pessoas que estão ao nosso redor ainda estão na heteronomia moral. Vou dar um exemplo. Pode ser que em algum momento você teve contato com uma empresa em que havia uma determinada situação onde você e a outra parte tinham que negociar. No entanto, a informação que você trazia para essa empresa era muito nova e o funcionário não achava uma possibilidade de resolução em nenhum documento. E é nesse momento que essa pessoa paralisa, porque ela só sabe, ela só aprendeu a seguir o que está escrito, o que foi imposto, o que já foi definido por outra pessoa. Ele não sabe pensar em novas regras para o jogo. Outra forma de nós reconhecermos dentro dessa heteronomia é pensarmos em todos os momentos em que nós tínhamos que fazer uma decisão muito grande e nós não sabíamos como realizar. E nesse momento a nossa única vontade era de ligar para a mãe, para o pai ou para qualquer outro adulto para ele falar para gente qual é o caminho que a gente deve seguir. Mas vamos então à autonomia, que é o que a gente busca tanto em casa, na formação das crianças, quanto também o objetivo da escola, fazer com que as crianças sejam autônomas. Segundo o autor, aqui na autonomia, no último estágio, o respeito pelas regras é compreendido como decorrente de múltiplos acordos entre os jogadores, cada um reconhecendo a si próprio como possível legislador, ou seja, criador de novas regras que serão submetidas à associação e aceitação dos outros. Ainda sobre a autonomia moral, o autor vai citar que o herói piagetiano é, portanto, aquele que pode dizer não quando o resto da sociedade, possível refém das tradições, diz sim, contanto que esse não seja fruto dessa demarche intelectual ativa, e não apenas decorrência de um ingênuo espírito de contradição. Então eu verifico os fatos que estão ocorrendo ao meu redor, utilizo a razão para verificar se eu vou seguir a tradição ou se não, se é algo que vale a pena eu refletir e tomar as minhas próprias decisões. Lembrando que isso tem que ser feito dessa forma, refletida, a partir da identificação de algo que não faz mais sentido, e não somente para ser a pessoa do contra. Enfim, na heteronomia, o dever determina o bem, é bom, o que é conforme as regras aprendidas. Na autonomia, o bem determina o dever, deve-se agir de determinada forma, porque é bom. Para Piaget, somente as relações de cooperação possibilitam tal evolução. Então veja, na coação, eu já estou preparando as pessoas ou as crianças para ficarem estagnadas na heteronomia, porque eu não vou possibilitar ela o desenvolvimento desse raciocínio, de rever os conceitos, de pensar em novas formas. Enquanto isso, a cooperação me possibilita chegar até a autonomia. É por isso que muitos adultos não chegam na autonomia, porque nós vivemos durante grande parte da nossa vida apenas dizendo sim e repetindo padrões que sem nunca ter a chance de revê-los ou pensar em novas formas de agir. Agora existem outros termos ainda relacionados a esse assunto que é importante a gente ter em mente, principalmente se a gente vai fazer prova. O primeiro deles é o termo realismo moral, que é o que vai acontecer dentro da heteronomia, o que tem relação com a heteronomia. O autor vai trazer as características desse realismo moral e eu vou ler rapidamente para você. 1. É considerado bom todo ato que revela uma obediência às regras ou aos adultos que as impuseram. 2. É ao pé da letra e não no seu espírito que as regras são interpretadas. 3. Há uma concepção objetiva da responsabilidade, ou seja, julga-se pelas consequências dos atos e não pela intencionalidade daqueles que agiram. Um exemplo que o autor vai trazer sobre esse fato é de uma criança que quebrou 10 copos sem querer e de uma criança que quebrou um copo querendo. Se você perguntar para uma criança nessa faixa etária, o que está na heteronomia, quem cometeu o maior equívoco, ela vai falar que foi a criança que quebrou 10 copos, mesmo que ela não tenha o objetivo de fazer isso, porque na cabeça da criança quem cometeu o maior equívoco deve ser mais responsabilizado. Ainda sobre essa ideia de responsabilização ou dessas reflexões que nós fazemos sobre o que é e o que não é ético, o autor vai trazer mais dois termos muito interessantes. O primeiro que ele vai utilizar é o termo justiça imanente, que no nosso dia a dia apareceria como dar à pessoa o que ela merece. Quase sempre vem junto com alguma coisa que demonstra a necessidade ou a vontade de castigar, punir ou trazer qualquer consequência para essa pessoa que errou. Todo crime será inelutavelmente castigado, mesmo que seja por forças da natureza. Eis a ideia da justiça imanente. O segundo conceito é justiça retributiva, que aqui tem a ideia de como eu vou retribuir ou como essa pessoa será responsabilizada por aquilo que ela O autor vai falar que existem duas formas de a gente pensar nessa retribuição. A primeira se chama expiatória. E aqui o castigo não vai ter relação com o meu dano. Vou dar um exemplo. Uma criança que em vez de estudar foi jogar videogame, quando descoberto a mãe proibiu ele de fazer uma viagem. Então o dano que ele causou, a mentira, o engano estava relacionado ao videogame e o que foi retirado é uma viagem. Então a expiatória é sempre assim. Ela não tem conexão. O outro conceito, a outra justiça retributiva se chama reciprocidade, que nós podemos entender como consequências dos nossos atos. Você vai perceber aqui que ele tem um enfoque mais educativo. Então a retribuição primeiramente vai estar relacionada com o que eu pratiquei. Vamos voltar ao primeiro exemplo do videogame. A criança tinha que estudar, mas ela foi jogar videogame. Neste caso, eu vou retirar da criança o videogame por uma semana e vou justificar, eu vou explicar. Nós tínhamos um combinado, você demonstrou que não consegue cumprir o seu combinado. Como você não tem disciplina para os estudos, eu vou retirar o videogame até que você conclua as suas atividades. Esse tipo de ação, ele consegue me trazer essa aprendizagem de que meus atos têm consequências, mas a palavra que o autor vai utilizar é reciprocidade. Inclusive, a gente já falou sobre isso aqui, sobre o desenvolvimento da moralidade infantil, em um outro texto que eu também vou deixar nos cards e na descrição. Outra informação importante que o autor traz aqui é que quanto menor for a criança, mais ela quer a punição expiatória. Mas ela quer o castigo, ou deixar sem brincar, ou ficar sem ir no recreio. E quanto maior for a criança, mais ela vai defender a reciprocidade, essa punição que é educativa, em que eu já ensino a pessoa como é viver em sociedade. Mas aqui vai de novo um alerta, o autor fala sim em crianças pequenas, mas se a gente mudar a linguagem e em vez de falar crianças pequenas, falar pessoas imaturas e ao invés de falar crianças maiores, utilizar o termo pessoas maduras, você vai perceber que a punição expiatória e a punição de reciprocidade, ela faz parte da nossa vida, a vida dos adultos também. Basta lembrar de qualquer notícia sobre qualquer equívoco ou dano que foi realizado e ao verificar o comentário nas redes sociais, você vai verificar dois comportamentos. Então você vai verificar as ideias de danos da pessoa, ter que reparar os danos que ela fez, dela ter responsabilidade ou ser responsabilizada pelas suas palavras, dela amenizar toda dor que ela cometeu, que ela proporcionou às pessoas. E de um outro lado, você vai ver as pessoas defendendo morte, tortura, linchamento, cancelamento na internet e qualquer outra punição expiatória. E por que isso acontece? Novamente, poucas pessoas vão chegar na autonomia. A maioria de nós ainda está na heteronomia, então esse tipo de julgamento ou essa necessidade de punição ainda é muito forte. Sobre essa transição que ocorre entre a heteronomia para a autonomia, o autor também vai trazer uma outra informação bem importante, que é a relação entre amor e medo. Segundo o Piaget, no início, quando nós somos pequenos, nós respeitamos o adulto porque nós temos esse conjunto de sentimentos. Nós amamos muito, mas temos muito medo do adulto. No entanto, em algum momento, esse medo vai passar, a criança vai ficar mais corajosa. E o que vai fazer com que a criança continue respeitando o adulto será a necessidade de ser respeitado por esse adulto. Ele utiliza o termo não decair sobre o olhar daquele adulto. Então, ele ama aquele adulto, quer ser valorizado, e aí mesmo que não haja medo, ele tem o respeito. E aqui eu lembro sempre de um pensamento que é refletido por muitos pais, o de ter o respeito dos filhos pelo medo ou por ser uma pessoa especial na vida dele. É exatamente sobre isso que nós estamos conversando desde o início. Se nós queremos impor e fazer ele acontecer de forma violenta, ou nós queremos que ele ocorra de uma forma cooperativa, a partir dessa afetividade, dessa relação que foi construída. Aliás, os autores vão mencionar que o problema que vai ocorrer nessa transição, na perda do medo da criança, é se a minha relação não for boa, se a criança não sente necessidade de ser respeitada, ou se eu já não respeito a criança. Então, ela não vai querer mesmo seguir as regras e os combinados que eu tiver com ela. Afinal de contas, ela não vai ter o meu carinho independente dela fazer ou não o que foi combinado. A afetividade é comumente interpretada como uma energia, portanto como algo que impulsiona as ações. Para finalizar, existe um outro elemento que vai dizer pra gente o que é um comportamento moral e o que não é um comportamento moral. E eu vou falar sobre isso a partir de um exemplo que aparece no livro. Se eu faço um bem alguém que eu gosto, que já faz parte do meu convívio, isso não é ter uma atitude moral. Afinal de contas, eu tenho interesse naquela ação, eu quero agradar aquela pessoa. O comportamento moral, ele vai ser identificado quando eu faço uma ação sim para uma pessoa que eu não conheço, ou para uma pessoa que eu não tenho nenhum tipo de afinidade. É aquela velha história, fazer o bem sem olhar a quem. Para finalizar, eu vou trazer para você um último pensamento que é sobre o uso da razão, mas aqui eu vou usar o texto literal. É inegável o papel da razão nas condutas morais e individuais. Somente sua presença pode explicar porque certas pessoas, em determinados momentos, tomam decisões que contrariam a moral do grupo a que pertence ou se seguem contra autoridades até então incontestadas. E acontece frequentemente de elas serem precursoras de certas ideias e condutoras que depois serão aceitas como corretas pelo resto da comunidade. E é com essa relação entre a razão e a moral que a gente vai concluir esse vídeo. Ou ainda, sobre a necessidade de, diante dos fatos morais, a gente conseguir utilizar o cognitivo, o raciocínio e a razão, que é uma ideia defendida pelo autor. E, por último, se esse vídeo foi útil para você de alguma forma, por favor, deixe o seu like, dê um fideijo.

Listen Next

Other Creators