Desejo Azul & Águas Profundas por Fernanda Barros Colombo

Desejo azul. Em esporádicas noites vagas, um corpo vibra, desejando expulgar um meio à lubricidade natural, o ângulo do júbilo, e esse esplendor intangível, que ansia implicitamente pelo mesmo, oculta o regozijo que seu talhe indubitavelmente espreme. Águas profundas. Amado. Agora ficou indubitavelmente claro o que quer dizer quando duas potências se unem. Agora é compreensível o significado do comando dito várias vezes pelo escorpião-rei. Não toque em mim. O resultado tem intensidade distintas unidas. É fulminante. É inflamável. É perigoso. Catastróficas para quem não pertence a essa composição. É química pura. É desejo realizado. É milagre alcançado. É não transmutado em si e jamais incertamente. É adeus em até breve. É azul em vermelho. É uva em pimenta. É azedo em doce. É nariz na pele. É bocante. É escorpião na boca da águia como foi profetizado um dia. Foi e será para sempre. Sentido e nunca mais terá volta. Águia-escorpião. Uma tarde que virou noite. E noite que será infinita na memória de hoje.