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AUD-20240326-WA0033

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Flávio Rezende

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The speaker discusses the misconception that grief is a disease and emphasizes the importance of acknowledging and accepting the pain of loss. They mention how society pressures us to be happy all the time, especially on social media. The speaker suggests that grieving is a natural process and that there is no one-size-fits-all solution. They encourage accepting help and finding individual ways to cope with loss. The speaker also highlights the importance of living in the present and introduces a 30-day practice of gratitude and making someone feel special each day. They ask for feedback and express their desire for their words to resonate with listeners. Bom dia, amados de ideal, amados do amor além da vida. Eu estou passando para deixar uma reflexão para vocês e, no final, uma tarefinha, tá bom? Eu só peço que depois que vocês ouvirem, que vocês possam dar um feedback, um ok, para que eu saiba quem realmente ouviu e quem está comprometido com o ideal. Vamos lá. Eu gostaria muito de começar a reflexão falando que o luto, o luto ele não é uma doença, né? Porque as pessoas passam a tratar o luto como se de fato fosse uma doença. As pessoas dizem, vai ficar tudo bem, você tem que sair daí, você tem que levantar, você tem que parar de chorar, você tem que vestir a sua roupa bonita e dar uma volta. Você não pode ficar triste, você não pode ficar assim. Eu tenho certeza que todos vocês já ouviram alguma frase desse tipo. E como dói, né pessoal? Como dói ouvir das pessoas que vai passar, que você tem que ser forte, que você tem que sair dali. O luto, ele não é uma doença, ele não é uma gripe, ele não é uma dor de barriga. Apesar de doer muito, apesar de baixar a imunidade. E por que eu estou fazendo essa reflexão? O DSM-5, o Código das Doenças, ele traz a palavra luto 130 vezes. Então quer dizer, qualquer um de nós que vire as páginas do DSM-5, vamos nos autodiagnosticar como doentes. E não, nós não estamos doentes. Não é vergonhoso sentir dor da perda, não é vergonhoso sentir que está com um buraco dentro do peito, não é vergonhoso chorar, não é doente chorar. Pelo contrário, é sanidade mental. Como que eu perco alguém e fico feliz, isso não existe, não é? Então a gente precisa começar a olhar para isso como, não, eu não estou doente e está tudo bem em ficar triste, está tudo bem em sentir o que eu estou sentindo. A sociedade prega que todos devemos ser felizes o tempo inteiro. Tem gente que é tão feliz nas redes sociais que dá vontade de excluir, né gente? Eu nunca vi tanta gente feliz na vida e não, gente, isso não é verdade. Todos nós temos dores, todos nós temos angústias, todos nós estamos perdas e ninguém fala do luto, como se o luto fosse algo que não pudesse falar, porque se fala, atrai, né? Então não, a gente precisa falar, a gente precisa chorar, a gente precisa gritar e a gente precisa viver, tá bom? Para a psicanálise, o luto é uma fase natural de adaptação e que não pode ser interrompida, não é? Então frases prontas do tipo, você precisa esquecer, não adianta, não resolve, não é isso que cura a gente, o que cura a gente é quando alguém diz, eu sinto muito, o que cura a gente é quando alguém tá cuidando da gente, tá cozinhando pra gente, tá cuidando da nossa roupa enquanto a gente chora, enquanto a gente tem tempo pra chorar, é isso que cura a gente. Então aceite esse tipo de ajuda, aceite ser cuidado, aceite, porque é isso que vai te curar e eu acho também que a gente pode se perguntar, a gente sempre fica revoltado quando a gente perde alguém, né? Então a gente diz, por que comigo, por que comigo? Quando a gente deveria inverter e perguntar, por que não comigo? O que eu tenho de tão especial que não posso ter a perda? Por que não comigo? A morte é a coisa mais democrática que existe, pessoal, e ela acontece com todo mundo e com todos nós. E o interessante é que a morte, ela nos deixa mais acordados, ela nos faz acordar, ela nos faz olhar a nossa volta e como cada um lida com isso, é muito pessoal, isso é de cada um. Não existe uma receita de bolo pra morte, pra elaboração do luto, não existe. Quando eu passei pra vocês aquela fase, aquela fase é só mais um de tantos e tantos estudos que existem. E mesmo estudos feitos em Harvard não são capazes de servirem de receita pra ninguém, porque o que cada um vive só cabe a cada um. Não importa se pra você a solução vai ser pintar, bordar, correr, falar, ou se de repente você vai fazer como a Rainha Vitória que resolveu viver a vida toda vestida de preto e colocando o prato pro marido e separando a roupa dele. Pode parecer insano, mas foi o que pra ela resolveu, foi como ela resolveu aceitar e lidar com a perda. Então não importa se você vai passar a vida inteira como a Rainha Vitória, ou se você vai escrever um livro, ou se você vai fazer parte de um grupo e vai ajudar as pessoas, cada um resolve e elabora a sua maneira. Agora, o mais importante é que as perdas nos deixam presente. No momento presente, nos faz perceber que a vida é agora, que a vida é um instante e que a vida é um sopro. E é pensando nisso que eu vou passar a segunda tarefa dessa semana. O nosso cérebro, ele leva 21 dias pra algo se tornar hábito, isso é comprovado por um cirurgião que trabalhava com o amputamento de membros e ele percebeu que 21 dias depois o ser humano é capaz de conviver sem aquele membro. Mas também há estudos que dizem que mesmo com o membro amputado, nós sentimos a dor do membro fantasma. Então isso varia muito de pessoa pra pessoa, mas existem estudos. E se apegando a essa questão do cérebro dos 21 dias, e aí existe um outro estudo que diz que com 30 dias você torna algo um novo hábito. Eu gostaria de propor para 30 dias, mas essa tarefa começa hoje, na segunda-feira, uma técnica terapêutica que se chama o milagre da manhã. Existe até o livro que também se chama o milagre da manhã e eu recomendo a vocês. Mas a técnica seria, a partir de hoje, tá pessoal, vocês ouvem esse áudio, já façam e a partir de amanhã vocês fazem ao acordar. Eu gostaria que vocês tivessem um caderninho de anotação, uma agenda, um diário que fosse muito lindo, que vocês tivessem amor ao olhar para esse caderno. Vocês podem customizar ou podem comprar, enfim, aqueles que vocês achem que realmente é bonito. E aí eu quero que vocês escrevam, nesse momento de acordados, nesse momento de enlutados, desse momento em que vocês sabem que a vida é um sopro, que vocês escrevessem duas coisas pela qual vocês são gratos, todos os dias por 30 dias. Embaixo dessas duas coisas, que pode ser qualquer coisa, desde eu levantei da cama, eu tomei um banho, eu tomei um café, eu sou grato porque tá sol, eu sou grato porque minha amiga veio em casa e me deu um abraço. Não importa, é pelo que vocês são gratos, duas coisas. Vamos começar do pequeno, ok? E aí vocês também vão escolher uma pessoa da vida de vocês, por dia, para fazerem essa pessoa se sentir uma pessoa muito especial. Por que isso? Porque nós sabemos que a morte é democrática, porque nós sabemos que todos aqui estamos de passagem. Então, com certeza, quem se foi amava vocês, e amava tanto que gostaria que vocês continuassem amando, porque só tem um jeito de não sofrer pela morte, e é não amando. E não é isso que nós vamos fazer, nós vamos continuar amando, mesmo que amar signifique perder um dia, mas só por hoje nós vamos viver um dia de cada vez, e só por hoje nós vamos fazer o milagre da manhã. Duas coisas pelo qual sou grato, não importa qual coisa, e uma pessoa para se sentir especial. Se tiverem dificuldade, vamos supor que vocês não encontraram mais ninguém, já o dia 29 já fez com a família inteira, com os amigos, com todo mundo, e a moça da padaria até te atendeu bem. Diga a ela que ela é uma boa atendente, e depois você anota no seu caderninho. Moça da padaria, vocês entenderam a tarefa? Eu posso contar com vocês? Vocês entenderam que o luto não é uma doença, e que vocês têm que viver esse momento sim? Se vocês entenderam, me respondam, tá bom? Eu preciso do feedback de vocês para poder continuar auxiliando. Eu desejo que tudo isso faça sentido para o coração de vocês. Luz e paz, um dia de cada vez.

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