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Episódio 1 pod bagunça organizada (1)

Episódio 1 pod bagunça organizada (1)

Jamille Anjos

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The podcast episode discusses the BRT system in Salvador, Brazil. BRT stands for Bus Rapid Transit and was implemented to improve urban mobility and address flooding issues. The system includes exclusive bus lanes and aims to reduce travel time. The project is divided into multiple stages, with the first stage currently underway. The budget for the first stage was reduced from 377 million to 212 million reais. The financing for the project came from the BNDES, with the remaining costs shared by the state government and the city of Salvador. There are questions about the necessity and effectiveness of the BRT system, as well as concerns about its impact on the environment and energy consumption. The podcast raises issues of who the system was designed for and discusses the controversies surrounding the project, including the removal of trees and the continuation of construction during the pandemic. The episode concludes by questioning the overall value and impact of the BRT system in Sa Bem-vindos ao podcast Bagunça Organizada. Esse é o nosso primeiro episódio, o episódio piloto. Meu nome é Lídia Soares, sou estudante de arquitetura e urbanismo da UFBA e estou aqui com mais dois amigos. Oi galera, eu sou o Davi, eu curso arquitetura e urbanismo na UFBA. Um ponto engraçado sobre o BRT é exatamente essa sigla, BRT, porque nós usamos em geral achando que ela foi criada do português, sendo que na verdade não, ela vem do assíglio em inglês, que basicamente significa Bus Rapid Transit, que traduzindo seria ônibus de trânsito rápido. Foi uma solução encontrada aqui no Brasil para a mobilidade urbana. Na cidade de Salvador, a idealização era que a proposta seria para uma maior agilidade na região do parque da cidade até a rodoviária. Exatamente, a intenção dessa obra foi justamente a melhoria da qualidade do trânsito, da mobilidade urbana e também foi o meio que eles encontraram como solução para poder resolver um problema ali existente naquela área, que era a questão dos alagamentos. O BRT consiste em trafegar por uma via exclusiva para aquele ônibus, então a proposta deles era reduzir o percurso de 40 minutos para 15, só que ele faz basicamente o mesmo percurso que o metrô já realiza. O sistema do BRT de Salvador tem uma extensão de 32 km, possui 3 linhas que atende a região central da cidade, a Orla e a região do Aeroporto Internacional de Salvador. Esse projeto é dividido em várias etapas, porém apenas a primeira etapa está sendo realizada no momento. Ela consiste em 3 linhas, que é do parque da cidade até a rodoviária, do parque da cidade a Talapa e do parque da cidade até a Pituba. Essa rota do parque da cidade a Talapa não está concluída ainda. A obra ainda está em andamento. As obras começaram oficialmente em 29 de março de 2018, mas por conta da pandemia eles tiveram que parar, mas continuaram também durante a pandemia, quando não tinha um tráfego muito grande de pessoas, pois todos estavam em casa. O sistema utilizado são ônibus articulados com capacidade para transporte de até 180 pessoas. Em 2018, houve uma possível suspensão das obras. Um dos pedidos foi uma ação civil pública conjunta com o órgão do Ministério Público Estadual. Os requisitos apresentados para o pedido de eliminar a obra foi o custo alto da obra, pois ele é o transporte mais caro do país e a ausência de anteprojetos de engenharia. Porém, apesar desses requisitos apresentados e de vários outros, o pedido foi negado. E a justificativa foi de que não haveria requisitos necessários para a suspensão da obra. Na primeira etapa, o orçamento foi de cerca de 377 milhões, mas acabou sendo reduzido para 212 milhões. Esse primeiro trecho seria o da rodoviária até o parque da cidade. O segundo trecho, que ainda não foi construído, vai ser até a estação da Lapa, que prevém que vai custar cerca de 412 milhões de reais. Embora já exista o metrô que faz o mesmo percurso e garante também pouco tempo, já que o próprio metrô informa que é cerca de 20 minutos da estação do aeroporto até a estação da Lapa. Então, não haveria necessidade de criar um BRT com um custo tão alto, inclusive o mais caro do país, para fazer o mesmo percurso. E esse valor pode variar de acordo com a licitação. Pode ficar mais caro ou diminuir. Depende muito. Muito se pergunta sobre o financiamento dessa obra. Quem foi que pagou, quem que custeu. E de acordo com o jornal Atar, de UG1, cerca de 328 milhões foram financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, o BNDES. E o restante, é claro, foi dividido entre o governo do estado e a Prefeitura de Salvador. A questão seria para quem a obra foi realizada. Porque, por exemplo, eu tive o prazer de utilizar o BRT e, a princípio, sem saber das causas e dos custos, parece ser algo muito bom, mas eu percebi que estava vazio para o horário, pois era o horário de pico e estava vazio. Então, ele parece ter sido feito para uma região específica, pois só aquela religião acaba podendo utilizar o BRT e acesse aquela região. O trecho do BRT que utilizamos foi justamente aquele que está ali na região da rodoviária, do shopping da Bahia, e ali realmente é um local onde tem um fluxo muito grande de pessoas. Segundo o G1, cerca de 340 mil pessoas passam ali naquela região por dia em transporte público. Porém, no horário que fomos utilizar o BRT, que foi no horário de mais ou menos 12 horas, uma hora da tarde, estava vazio. Apesar desse horário ser um horário em que, geralmente, o trânsito está um pouco mais pesado, porque as pessoas saem para almoçar, saem do trabalho. Ali, teoricamente, era para ser um local onde estaria com um fluxo grande de pessoas, no BRT. Eu ainda não utilizei o BRT, porque, infelizmente, ele não contempla o meu trecho, seja o meu trecho da minha casa para a universidade, ou para o centro, ou para qualquer outro bairro. E isso só reforça mais esse discurso e esse pensamento de para quem o BRT foi projetado e construído. E isso fala muito também sobre essa relação de corpo e cidade. Quais são os corpos que estão ocupando esses espaços? Quais são os corpos que estão utilizando o BRT? E por que o BRT foi projetado para que esses corpos utilizem? Falando de climatização, acho que é muito interessante a gente destacar que 70% das estações do BRT são climatizadas. E aí vem a pergunta, qual o impacto isso gera no nosso meio ambiente, no consumo de energia? Como que é feito o consumo de energia e de onde vem essa energia? Acho que a gente pode discutir um pouco sobre isso, né? Sim, segundo a Albimob, teve um custo só de climatização de R$ 3,8 milhões. Só para climatizar duas estações, a estação do Iper e Cidadela. Sim, é um sistema de mobilidade muito bom, que inclusive existe em outras cidades aqui no Brasil. E que funciona muito bem. Porém, em Salvador, a maior questão foi justamente toda aquela polêmica no início das obras, né? Que aconteceu por causa do alto custo da obra, que é a obra de BRT mais cara do Brasil. Por causa da derrubada das árvores, que foi, eu acho que foi assim, uma das maiores polêmicas. Porque ali onde foi inserido o início das obras, né? Era um local onde tinha muita vegetação. E simplesmente toda aquela vegetação foi retirada dali. E também tem a questão de que teve uma parte das obras que pegou bem ali a pandemia, né? Que foi ali em 2020, 2021. Em que tudo estava parado, tudo teve que parar. Mas as obras simplesmente continuaram. Enfim, tem todas as questões por trás da construção e tudo mais. Todos esses impactos. E é exatamente isso que nos leva aos questionamentos. Será que essa obra realmente tinha tanta necessidade aqui em Salvador? Será que todo esse meximento valeu a pena? É isso, galera. Estamos encerrando nosso primeiro episódio do podcast Pó de Bagunça Organizada. Nos vemos nos próximos episódios. Legendas pela comunidade Amara.org

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