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Diabetes

Diabetes

Joel Medeiros

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Este episódio foi ao ar na Rádio Fonte de Vida no dia 15 de fevereiro de 2024 Imagem de wirestock no Freepik

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Transcription

The transcript is a conversation about diabetes, its impact on the body, the importance of treatment and monitoring, the role of insulin, and the different types of diabetes. It also mentions the connection between diabetes and Alzheimer's disease. The speaker emphasizes the need for proper care, diet, and regular check-ups for diabetes patients. E de volta comigo aqui hoje, Dr. Fábio Araújo Guitar, para o nosso bate-papo, a nossa conversa. Bom, doutor, como teve aí uma boa reflexão aí da nossa conversa sobre diabetes, então atendendo aí a vários pedidos, nós vamos esclarecer um pouco mais aí sobre o que é realmente a diabetes, essa doença que é silenciosa e que faz aí muitas, que traz muitas consequências aí maléficas para o organismo do paciente. Então, vamos voltar, né, doutor, a esse assunto aí, atendendo aí a pedidos sobre a diabetes, doutor. Bem, eu fico muito satisfeito, por um lado, porque todos sabem como que nos últimos seis anos nós temos dedicado ao estudo do diabetes, né. Eu acho isso muito importante porque eu falo que há muitos anos atrás, 30, 40 anos atrás, quando uma pessoa era diagnosticada diabético, a gente só não ia pedir para que Deus o levasse novo, mas a gente pedia muita atenção porque fatalmente se esse paciente ficasse idoso, ou ele ficaria cego, ou ele estaria amputado numa cadeira de rodas, ou na diálise. Por quê? Era a ordem natural da doença, não tinha muito jeito de fazer. Medicamento a gente tinha aí o quê? Betiformina, libencamida e insulina. Então, a própria diabetologia, que é a ciência do estudo do diabetes, né, os pesquisas, mudou muito. Então, hoje a gente sabe que depende muito do paciente. Eu falo, assim, que aquelas pessoas que foram diagnosticadas diabéticas, se eles fizeram o tratamento direitinho, além de dieta, exercício físico, se Deus vai dar 100 e tantos anos para eles, eles vão quando Deus chama, mas vai, como dizem, sem ser amputado, enxergando, andando, quer dizer, então tá nas nossas mãos. Não tem doenças, não tem muita gente fazer, só Deus, né? Lógico que a diabetes, como tudo, é Deus em primeiro lugar, mas a gente tem que dar essa contrapartida. Então, eu acho que é isso aí, é isso aí que a gente tem que pegar o assunto do diabetes, não é isso? E graças a Deus nós temos profissionais, né, doutor? Já especializados para cuidar dos pacientes com diabetes, né? É, porque a partir do começo não tinha assim, né? Não tinha, não tinha. Você pode ver que a endocrinologia hoje, ela tem um ramo quase que especialmente para diabetes. Hoje nós temos a Sociedade Brasileira de Diabetes, do qual eu sou sócio já, associado já há bastante tempo, então a gente tem sempre muito curso. Agora, é estudo contínuo, tá? Eu falo para você que a cada ano, a cada semestre, são drogas novas, medicamentos novos, novas formas que a gente está estudando, que a gente descobre. Muitas vezes uma medicação é lançada para uma coisa, depois a gente descobre que ela é muito melhor do que a gente imaginava. Então, cabe muito, por isso que eu sempre bato aquela tecla, né? Cuidado você aí, que está há muito tempo usando só metformina, ou só glicamida, não que são medicamentos ruins, mas tem que conversar com o seu médico, ou às vezes o médico trocou, às vezes é de rede pública, você fala, ah, eu estou bem, estou controlado, será que está? Outra coisa que a gente sempre fala, João Batista, é o número de pacientes que são diabéticos e que estão sub-diagnosticados, que estão aí, estão nos ouvindo e não sabem que são diabéticos, a gente fala que metade dos pacientes, a gente tem uma média aí de 8 mil pacientes diabéticos, só na Rede Suz, digamos, a seguinte, contudo, desculpa, na Rede Suz em particular, e eu falo que mais ou menos uns 4 mil não sabem que são diabéticos, e cabe a gente aqui contar para eles, ou induzi-los saudavelmente a procurar saber. Exatamente, fazer aí o exame para que ele saiba que tem ou não, para ter um diagnóstico melhor. Doutor, diabetes é a presença de açúcar no sangue mesmo, é isso mesmo, doutor, ou tem algo mais? É, é exatamente isso, em regras gerais, a diabética, ela caracteriza o aumento dos níveis de glicose, no caso, açúcar no sangue, e geralmente ela é causada por quê? O pâncreas, que é aquele órgão que nós temos que produz a insulina, ele não é capaz de produzir a insulina de uma forma suficiente, ou às vezes ele até produz, mas o próprio corpo não faz bom uso disso, e eu acho interessante que muitas pessoas falam assim, ah, mas o diabetes, você está falando de 40 anos para cá, de 6 anos para cá, não mudou nada, a gente sabe que nos 1.500 anos, nós falando disso aqui, já antes de Cristo, já tinha uma descrição que a gente vê aí na história, de pessoas que urinava muito, tinha muita sede, emagrecia, então a gente vê que isso aí vem desde há muito tempo, né, só que hoje em diante a gente tem estudos fidedignos sobre isso, mas em termos gerais é isso, por isso que o diabético não adianta falar, o tempo a ser de meu plano, doutor, para eu não parei de usar açúcar, estou usando só rapadura agora, lá na minha terra a rapadura vem da cana também, né, então tem que tomar cuidado com isso aí, o excesso de açúcar e esse açúcar no sangue, em excesso, vai trazer déficit, vai trazer doenças, vai causar muitos danos ao organismo. Há outros alimentos que causam também, doutor? Sim, a gente sempre fala, porque a gente tem, inclusive futuramente, ontem eu conversei até com uma nutricionista, uma pessoa maravilhosa, que vai nos dar até uma ajuda, que ela vai participar em breve com o programa que é conosco, ela vai ensinar a gente a fazer dosagem de carboidratos, o que é isso, doutor? Carboidratos, vamos colocar assim, os principais alimentos, nós temos carboidratos, que são os açúcares, em termos gerais, as gorduras, que são os límpidos e as proteínas, né, são as proteínas, digamos, carne, ovos, leite, gordura, né, as próprias gorduras límpidas e os carboidratos, que tem o açúcar, no caso, a glicose, a própria fruta, ela tem a frutose, que vira a glicose, a sacarose, então tudo que termina em óleo, digamos assim, seriam os açúcares, lógico que tem alimentos que tem o tal de índice glicêmico, o que é isso? É aqueles alimentos que tem mais, digamos, mais açúcar do que ouro, por isso que quando a gente vai fazer uma dieta, a gente vai fazer uma dieta para o paciente, ele tem que saber o que ele pode combinar, que às vezes ele coloca um que tem menos açúcar, com a proteína e aí ele vai competir e não vai absorver tanto, então por isso que eu falo, então não é exatamente só da cana, ali nós temos a glicose, que é o açúcar, açúcar refinado, açúcar mascavo, a própria rapadura, são açúcares, mas nós temos eles em formas diferentes de alimentos, do leite, açúcar do leite, a lactose, açúcar da fruta, frutose e assim em diante, todos eles podem ser prejudiciais, dependendo do tanto que for usar. Muito bem, 8 horas mais 12 minutos, doutor, eu gostaria que você falasse sobre o que é a insulina, que muitos pacientes que tem diabetes usam. Pois é, quando eu falei aqui do pâncreas, olha bem, o pâncreas ele vai produzir essa substância que é a insulina, que ele é um hormônio, agora o que ele faz, ele vai pegar essa açúcar e vai levar para dentro da cela do corpo, ela atua como se fosse uma chave, abrindo fechaduras na cela do corpo, por quê? Porque nós precisamos da glicose, nós precisamos do açúcar, o açúcar é nosso combustível, o açúcar é o que nos dá energia, exatamente, então a insulina ela faz isso, ela vai pegar esse açúcar como se ela chegasse lá, travasse a fechadura e colocasse, aquilo é o tanque de gasolina né, você vai lá naquela chave, abre o tanque, pum, o frentista coloca o combustível, a insulina vai fazer isso, agora imagina só, se eu não tenho insulina, é como se eu não tivesse essa chave, então não adianta, eu não vou conseguir colocar desse jeito, absorvendo direitinho a glicose, então é um hormônio produzido pelo pâncreas. Muito bem, e quais são aí os tipos mais comuns aí de diabetes, tem vários, doutor? Sim, sim, para dizer a verdade, a gente fala que hoje nós temos mais de 40 tipos de diabetes, eu quero dizer isso porque são subtipos né, logicamente, isso aí mais é para estudos acadêmicos, para aposta de eduação, mas nós temos os principais que a gente conhece que é o diabetes tipo 1, o diabetes tipo 2, né, o diabetes gestacional, que é aquele diabetes que a pessoa adquire, a mulher adquire durante a gravidez, né, que é mais tranquilo, e tem outros tipos, tipo LADA, MOD, mas esses três principais, três que eu estou dizendo assim, o diabetes tipo 1, o diabetes tipo 2 e o diabetes gestacional, e olha que coisa interessante, hoje em dia, se vocês ouvirem falar em diabetes tipo 3, falar sobre diabetes tipo 3, o que nós estamos chamando de diabetes tipo 3, não vou dizer assim tão oficialmente ainda, mas o diabetes tipo 3 é o diabetes do cérebro, é o Alzheimer, é o Alzheimer, a gente já está colocando como que o diabetes, por isso, amigos, prestem muita atenção no que nós estamos dizendo aqui, olha bem, o paciente diabético, ele tem mais propensão, ele tem mais chance de desenvolver doenças demenciais, né, doenças da memória, e tem mais chance de devolver demência, e dentro dessas demências, Alzheimer é um dos mais comuns. Então, doutor Fábio, se a vovó, né, a mãe, o pessoal lá, de todos os gerais, tem diabetes, e já tem casos, inclusive, de Alzheimer na família, é mais um motivo de fazer um rastreio rápido, o que eu estou querendo dizer com isso? Não vamos esperar a pessoa ficar com a memória, já está queimando feijão, já está contando o caso 10 vezes a mesma pessoa, já não encontra mais chave, assim, gente, de um tempo para cá, ele piorou demais a memória dele, está muito esquecido, será que é Alzheimer? Quando vai fazer o diagnóstico, às vezes, já está em estágio avançado, então, todos precisam ter cuidado com isso, principalmente, nós sabemos que após o Covid, né, da pandemia, nós tivemos muitos casos de déficits cognitivos, o que é isso? Pessoas que ficaram com a memória um pouco mais fraca, mas o que eu quero dizer é o seguinte, você diabético, procure mais do que nunca fazer um screening, o que é isso? É uma triagem para a demência, porque o diabético, ele tem mais chance de ter Alzheimer. Muito bem, 8 horas mais 15 minutos, estamos conversando com o doutor Fábio Araújo de Sars, falando aí, esclarecendo sobre a diabetes, doutor, é um assunto que já foi, né, a gente já falou aqui no programa e que nós estamos repetindo aqui, porque tem muita gente, doutor, que pediu, né, que a gente voltasse a falar sobre esse assunto aí, então, há pedidos de vários ouvintes, várias pessoas nas redes sociais também do doutor Fábio, né, doutor, que pediram, né, para a gente voltar a esse assunto. Bom, e quais são os principais sintomas da diabetes, doutor? Bem, isso é muito interessante, porque a gente sempre fala que muitas vezes a pessoa, quando já chega no médico, quando ele tem história familiar, quando ele tem pais, irmãos diabéticos, ele já fica mais atento, mas às vezes a pessoa não tem nada disso e de uma hora para outra ele começa a ter um aumento da urina muito grande, tá urinando com muita intensidade, ir no banheiro várias, várias vezes, e essa doutor urinando mais com maior frequência. Outros casos, aumento da sede, além de urinar muito, às vezes não tá tão calor, não comeu nada muito salgado e tá bebendo muita água, muita sede, é uma sede realmente fora do normal. E além do aumento da sede, às vezes a pessoa tem um aumento da fome, do apetite, aqui tá como diz a brincadeira, tô comendo a primeira, tô o tempo todo comendo, e a perda de peso, emagrecimento, por isso que a gente brinca que é PPPP, quatro P's, o que é quatro P? O aumento do volume vinagre a gente chama de poliúria, esse nome chama-se poliúria, então começa com P. O aumento da sede chama-se polidipsia, olha, poli, outro P. O aumento da fome, polifagia, e perda de peso, com P, então por isso que a gente fala que são quatro P's, não é verdade? Então a verdade é essa, você começou a urinar mais do que o normal, num tom significativo, olha bem, sempre a gente tem que ter tomado esse cuidado aqui que eu falo, que nós como médicos a gente tem que tomar cuidado, porque vocês estão falando, sei lá, eu tô urinando muito, deixar, eu tô desesperado, deve ser diabetes, não, tem outras doenças que causam aumento do fluxo urinário, por isso que eu tô te falando, tem que procurar saber. Aumento da sede, aumento da fome, perda de peso, ah, mas perda de peso, você tem que ficar preocupado com o tireoide, com diabetes, sim, mas vai e faz outra reage, agora quando você vai ao médico, ele não vai pedir um exame só de diabetes, tireoide também, sabemos que tireoide antes pode causar perda de peso, certas doenças infecciosas, né, então perda de peso por si só, ele tem que ter um alerta, a verdade é o seguinte, às vezes a pessoa perde muito peso em pouco período, em pouco espaço de tempo, então são esses aí os principais sintomas que nós temos que ficar ligados em relação ao diabetes. Oito horas mais dezoito minutos no nosso bate-papo com o doutor Fábio Araújo de Sars, se você tiver alguma pergunta, pode fazer pra nós aqui no 33315641, de preferência que seja uma pergunta escrita, porque fica mais fácil pra gente fazer aí a pergunta do doutor Fábio Araújo de Sars. Mais uma pergunta, doutor, o diabetes é hereditário, doutor? Fala pra nós. Ó, isso é muito interessante, porque a pessoa tem que prestar atenção na história familiar, o que que eu tô querendo dizer, quando você já tem pessoas com diabetes na família, você pode sim ter mais chance de desenvolver diabetes, então isso é muito importante pra você ficar mais atento, todos nós já temos, vamos supor, se eu já vou fazer um exame uma vez por ano, se eu não tenho caso de diabetes na família, se eu não tenho caso, eu vou fazer no mínimo duas vezes por ano, agora, o que é interessante, no diabetes tipo 2, o histórico familiar, em apenas um dos lados da família, materno ou paterno, pode ser suficiente pra transmitir em demais gerações, quer dizer, então, que você tem ou pai ou mãe diabético, você basta ter um, você já pode ter mais chance de ter, obviamente, se você tem o seu pai diabético e sua mãe é diabético, aí não significa que 100% você vai nascer diabético, não é exatamente isso, agora, o que a gente tem que prestar atenção é isso, que às vezes basta um dos pais ter diabetes pra que a doença possa se manifestar nos filhos, independente da idade, aí sim, é uma herança, mas o mais importante é isso, é monitorar, porque não tem 100% certeza se vai ser transmitido, não é verdade? Se não é transmitido, se você tem essa herança, como dizem, essa herança ninguém quer não, né? Essa não, né? Todo mundo dispensa, né? Cascando fora. É verdade. Bom, doutor, nós estamos com um ouvinte aqui, pode fazer pergunta? Fique à vontade. Não vou pra outra? Não, pode perguntar, o ouvinte está aí às horas. Olá, é o nosso ouvinte, a Marilane, ela está perguntando o seguinte, gostaria de perguntar se uma pessoa que bebe, ela está falando aqui de vida mesmo, cachaça, né? Alcoólica, né? Isso, vida alcoólica, que prejudica o pâncreas, tem que olhar o diabetes, doutor? Olha, aquela verdadeira história, né? Qualquer pessoa que faz uso de bebida alcoólica, a gente já sabe que ela precisa ter mais cuidado, né? Porque não adianta a gente falar que abre o álcool comedidamente, não faz mal. Sim, esse comedidamente que é o perigo, né? Esse tem um professor meu que faz uma brincadeira que ele fala assim, ele pergunta o pessoal, você bebe, ele, socialmente, aí ele brinca assim, socialmente, mas mente pra dedéu, que muitas vezes mente, então esse socialmente varia muito pessoas. No caso desse paciente aí, ela está dizendo que a pessoa tem uma ingesta mesmo de álcool. Olha o que nós queremos dizer, independente do paciente diabético, o álcool já vai trazer malefícios em diversos aspectos, neurológicos, né? Ele tem o prejuízo do fígado, que a gente sabe, nós até falamos há poucos dias atrás aí, as hepatites, tóxicas alcoólicas, cetose, cirrose, câncer de fígado. Agora, o que pode acontecer também, muito no paciente etilista crônico, é o que? É a pancreatite. O que é a pancreatite? Ele vai ter uma inflamação, uma agressão diretamente no pâncreas. Então, essa pessoa, imagina só, lá no pâncreas nós temos as células que produzem insulina. Se esse órgão, que é um órgão nobre, é tanto que a gente vê que é um dos órgãos mais complexos, quando Deus me livre e guarde, é atingido por doenças malignas, o câncer. Você pode ver que às vezes o câncer em determinados órgãos, você tem jeito de tratar. O pâncreas, não significa que todo mundo que tem câncer de pâncreas, daqui a pouco está favorando de novo todo mundo aí, mas você pode notar que é muito difícil, porque é um órgão realmente muito nobre, ele é muito complexo. Então, o diabético que faz uso de álcool, ele já tem o erro porque o álcool ele vem da cana, então ele tem lá também o açúcar, digamos, não é verdade? E, além do efeito açúcar, efeito glicose dependente, ele tem o fator agressor, que pode destruir as células betas e as ilhotas de Langerham, que a gente chama. Então, a verdade é o seguinte, álcool já não é indicado para ninguém, mas para o paciente diabético, então, ele tem que tomar muito, muito cuidado, porque ele pode ter uma falência pancreática e, infelizmente, nós não temos aí transplante de pâncreas com essa atividade, né? Nós temos, inclusive, um grande amigo meu chamado doutor Barracuri, quero mandar um abraço para ele, ele é um grande incentivador nosso, ele é uma das pessoas que está estudando células-tron para o pâncreas, por isso que hoje tem pessoas que tiveram pancreatite com álcool, é como se fosse um pâncreas artificial, porque você tem que ter um aparelhinho para mandar a insulina automaticamente, mas isso aí é muito complexo, é fora da nossa realidade. Ainda está em desenvolvimento? Ainda está em desenvolvimento, agora, a verdade é o seguinte, você que é etilista e diabético, então, faça exame sempre, mas rotinamente, de preferência, interromper o uso do álcool. Muito bem, agradecemos, então, a Marilane. Obrigado, Dr. Marilane. Obrigado, tá bom? Oito horas e vinte e quatro minutos, vamos dando sequência, então, ao nosso bate-papo, o Fabio Araújo de Sá. Doutor, quais os principais exames que devem ser feitos para confirmar ou descartar se o paciente realmente tem diabetes? Isso é muito importante, por isso que eu falo, esse tema diabetes, ele vai ser recorrente, não é porque é a minha área que eu trabalho mais do que tudo, é porque ela engloba todas as outras áreas, é tanto que nós fizemos uma chamada já, e na próxima semana, nós vamos começar a ver a relação do diabetes com o Parkinson, que é direta, mas a relação do diabetes com os rins, o diabetes com o coração, o diabetes com o fígado, então, ele prejudica todas as áreas, então, mais o motivo da gente desconfiar rapidamente, faz o diagnóstico, é o que eu falei, o diagnóstico sindrômico, que a pessoa que começou a urinar muito, emagrecer muito, sede demais, apetite demais, então, ele vai procurar um médico, ok. O problema, até que agora, tá mudando muito, por isso que eu falo, a educação em diabetes, há mais tempo, pouco tempo atrás, relativamente, o pessoal colocava lá assim, glicemia de jejum, ah, mas eu fiz o meu exame de glicose, tá 90, tá boa, tá, mas como que tá sendo a sua alimentação no dia anterior? Eu brinco sempre o seguinte, que se a pessoa, no dia anterior, nos três dias, principalmente, não comeu nada de açúcar, comeu pouca massa, mais proteína, ele vai dar uma glicose de jejum baixa. Da mesma forma, eu não sou diabético, mas se eu comer muito doce no aniversário, ontem eu fui no aniversário, né, se eu comer muito doce, aproveitando, inclusive, ontem foi o aniversário do Engino, né, grande abraço pra ele, Engino é um grande amigo, nós até postamos nas redes sociais, e tinha uma torta de doce lá, maravilhosa, como tudo gostoso que ele faz, agora imagina, eu comi muito doce, tomei um refrigerante, se eu levantasse hoje de manhã e fizesse o exame, pode ser que eu estivesse ali um pouco alto, e não é diabetes. Então, glicemia de jejum isolada não tem utilidade somente, não tem essa grande validade pra diagnóstico. Então, você que tá nos ouvindo, peça o seu médico pra pedir a hemoglobina glicada. A hemoglobina glicada vai mostrar os últimos três meses do paciente, aí sim, não adianta o paciente nem querer mentir pra ele nem pro médico, porque esse exame vai mostrar, lógico que tem os parâmetros, e tem também um outro exame chamado teste oral de tolerância a glicose. O que é isso? O paciente bebe um líquido docinho e vai tirar o sangue várias vezes, lá no laboratório mesmo. Aí nós temos parâmetros, nós temos números. O que eu quero dizer, se por alto, é que essa hemoglobina glicada, ela vai ser muito boa pra gente poder ter uma noção do quanto que o paciente tem chance, porque olha bem, a hemoglobina é o pigmento que dá a cor no sangue. No sangue, essa glicose, ela vai ligar essa hemoglobina e geralmente as remastras vão demorar três meses, dois a três meses pra ser, como diz, pra regenerar, pra regenerar não, pra nascer novo sangue, pra trocar o sangue, pra fazer a troca. Nesses três meses, a gente observa, porque eu falei, não tô falando do paciente que não, mas tem paciente que faz o quê? Não vai fazer o exame, uma semana antes, ele só não passa fome, mas faz uma dieta brava pra ver se dá glicose e jejum baixa. Só que se você pedir a hemoglobina glicada, vai mostrar uns três vezes. Aí, como diz o peixe, morre pela boca. Aí você descobre. Então, você que tá nos ouvindo, olha se você tem a hemoglobina glicada com nível normal. O que eu tô querendo dizer, se ela tiver até 5.6, podemos considerar normal. Se a hemoglobina glicada, aí, às vezes, ela vem escrita assim, HBA1C. Se ela tiver de 5.7 pra cima, fica alerta, faz uma dieta e vamos repetindo uns três meses. Ah não, doutor Fábio, ela tá chegando quase, passou de 6, opa, já vamos ficar mais alerta ainda. Porque se ela passar de 6, chegou em 6,5, eu já posso praticamente dizer que o paciente é diabético. Lógico que aqui a gente não tá fechando o tempo, né? Mas é mais ou menos isso. Então, por favor, tem dúvida, tem caso de diabetes da família, faz a hemoglobina glicada. Deu alta, vai no médico. Três meses depois, repetiu, ela continua alta. É pré-diabetes, tem que começar a tratar. Porque antes não tratavam de pré-diabetes. Então eu sempre brinco, eu tenho a telha quebrada, vou esperar chover pra consertar a goteira? Não. Eu não vou esperar a pessoa ficar diabética, às vezes a pessoa fica pré-diabético durante anos. Mas só que esse pré-diabetes já vai ficar fazendo um estrago, já vai trazer danos pro paciente. Não é verdade? Muito bem. E esse exame pode ser feito em qualquer idade, doutor? Ou existe um limite de idade pra fazer esse tipo de exame? Não, qualquer idade. Principalmente. É muito importante, porque às vezes crianças só descobrem que é diabético às vezes lá na frente. Porque quase ninguém fica fazendo exame de diabetes, ainda mais quando não tem casos na família. Hoje o pediatra já fica mais esperto. Mas você pode notar que a pessoa fala assim, nossa, quando descobrimos que o meu menino tinha diabetes, ele tinha seis, sete aninhos, foi levado pro pronto-socorro, diabetes, ele tava fazendo uns 200 e tantos, 300 e tantos. Quer dizer, se já tivesse feito lá atrás, já tinha diagnosticado, né? Então esses aí são exames básicos, lógico que existem outros, sultosamina, a gente tem a própria glicose, próstico-andial, pode ser feita. Agora é muito importante ficar atento a isso. Peça ao seu médico, se ele não tem o costume de pedir, peça ao seu médico pra dosar hemoglobina glicata. Muito bem. Doutor, e amanhã nós vamos falar então sobre o tratamento, né? Pode, pode. Podemos falar amanhã sobre o tratamento? Isso, isso mesmo, porque nós depois já estamos continuando o nosso período. E isso é muito importante, porque o tratamento, ele vai muito além de medicamentos, né? Eu sempre falo que tem muita dúvida, são muitos medicamentos, qual medicamento que você pode, ah, eu não tolero isso, o outro não tolera aquilo, tem medicamento que depois de determinado tempo, não adianta você ficar tomando, não é que o organismo acostuma, não, sabe? O organismo acostumou, não, mas ele perde efetividade. Então às vezes você está aí há cinco, seis, oito anos usando a mesma medicação, tem que tirar? Não. Vamos explicar como é que vai fazer isso. Se Deus quiser, amanhã nós estaremos aqui de volta com as bênçãos de Deus pra gente bater esse papo. Muito bem. O doutor Favio está na Casa de Maria, atendendo a Casa de Maria e também no seu consultório, né, doutor? Sim, graças a Deus. Nós atendemos lá no Centro Médico todas as quartas-feiras, atendemos também pela Fundação, no Cadite, no Centro de Atenção de Diabetes e Telemedicina, no 33316036. Entre em contato com a Celeste, nós temos convênios com diversas instituições, com diversos planos, então é isso aí, a gente pegando com Deus, trabalhando, né, que quem cura ele, sempre digo isso bem claro, nós só somos instrumentos na mão deles, né? Vamos trabalhar aí com muita fé e com muita força de vontade. Obrigado, doutor, bom dia e até amanhã. Bom dia, meus amigos, até amanhã, se Deus quiser.

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